segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Potenciais ídolos!!!

O que é ser fã?
Idolatrar alguem? Querer ser aquela pessoa? Ter inveja?
Fã vem de fanatismo? O que nos leva a tornarmos um fã? O quão somos fanáticos por algo ou alguém?

Bom, eu prefiro entender fã, como alguém que admira e/ou respeita o trabalho de determinado artista, ou em outro nível, sintetizando, alguém que admira alguma coisa.
É bom ser fã? Eu acredito que sim, pelo simples fato de ser bom gostar de algo, ter aquilo como referência. É engraçado como o tempo distorce nossas percepções de fanatismo e "heróis" vêm e vão á medida em que vamos amadurecendo e conhecendo coisas novas. Nossas preferências são voláteis e mudam com o tempo, engraçado né!!! Porém algumas coisas sempre continuam lá e nem o tempo com todo seu poder de transformação consegue mudar, que bom que é assim, já imaginou se fossemos uma pessoa diferente a cada novo ano? Enfim, não quero entrar em nenhum tipo de discussão de cunho filosófico, quero apenas relatar minhas experiências "fanáticas" recentes, entre aspas por que eu acho o termo "fanático" muito pesado, pois em alguns casos o fanatismo extrapola a razão, mas esse não é meu caso e tenho certeza que não é o seu também.

Sou fã de música e tenho no Rock o meu referencial maior, pelo fato de ser o gênero musical no qual eu mais me identifico, ou seja, sou fã de Rock, e apesar de flertar com outros estilos, nem mesmo as imposições do tempo, foram capaz de mudar esta minha concepção.
Da mesma forma como nós "fãs", temos nossas percepções e nossas preferências alteradas com o decorrer do tempo, o mesmo ocorre com os artistas, um processo de amadurecimento natural e que as vezes determina caminhos distintos e rumos diferentes na carreira, angariando novos fãs e talvez perdendo alguns.
Sempre tive uma simpatia muito grande pelo Udora, banda que se chamava Diesel nos primórdios. Fui apresentado á eles por um amigo de escola que fazia aulas de bateria com o Jean Dolabella(atual Sepultura) até então baterista do Diesel, ele me emprestou o Cd e me convidou para ir assistir a uma apresentação gratuita deles, que ocorreria em praça pública, em comemoração ao dia mundial do rock. Convidei alguns amigos que tinham gostos parecidos ao meu e fomos conferir a apresentação. Me surpreendi ao ver que uma banda independente e com pouco tempo de estrada já possuia uma base sólida de fãs, que se apertavam para ficar próximos ao palco e que cantavam com desenvoltura as letras em inglês. Resultado, me tornei um admirador também e passei a acompanhar o trabalho deles.
Por que o Diesel me chamou a atenção? Claro que é uma soma de fatores, em primeiro lugar, o poder da música deles era muito grande, o Rock de forte pegada, com guitarras distorcidas, melodias consistentes e letras contundentes, era de grande impacto, as referências ao grunge também me chamaram muito a atenção, pelo fato de ser o movimento responsável pela minha iniciação na música e em muito me lembrava bandas como Nirvana, Pearl Jam entre outros. Porém a identidade própria, única, aliada a uma boa presença de palco, visual e atitude diferenciados, faziam com que aqueles quatro rapazes de Belo Horizonte se tornassem fortes candidatos a alcançarem o posto de grandes representantes do Rock pesado brasileiro no exterior, seguindo os passos dos conterrâneos do Sepultura.
A afirmação do Diesel como um dos grandes expoentes da música pesada no Brasil parecia ser questão de tempo, a primeira colocação no concurso "Escalada do Rock" proporcionou a oportunidade do quarteto mineiro de tocar no Rock in Rio 3, dividindo palco com Deftones, Silverchair e Red hot Chili Peppers. Aquilo me enchia de orgulho, eu torcia por eles não só pela afinidade musical, eu me identificava também pelo fato de ser uma banda da minha cidade e que poderia alcançar o mundo, o que abacou não ocorrendo. Passado algum tempo e após enfrentar uma temporada de cerca de 5 anos nos Eua, terem mudado de nome, integrantes e estilo, o antigo Diesel, atual Udora continua trilhando o caminho da música alternativa, á procura ou não dos holofotes, definitivamente mais maduros e completamente em rumos diferentes.
O som até então mais pesado, deu espaço ao pop rock convencional, comercial e que não traz grande diferença e nem acrescenta muito ao que ouvimos nas rádios hoje em dia, as letras em inglês deram espaço para a lingua pátria e a admiração que eu tinha por aquela banda foi diminuindo, culminando na última apresentação deles que pude conferir na última semana.
A Banda que se destacava pela identidade única, que não tocava covers e que agitava a galera parecia não estar mais ali, no repertório, apenas músicas mais recentes, nada das poderosas canções "burn my hand", "drain" e "4d" da época do diesel, e nem tão pouco "phantom limb" ou da emplogante "Beaultiful Game", ja da fase mais recente do Udora, em troca, covers de Tears for Fears, The Police e Oasis. Uma pena, a banda que agora toma novos caminhos, não me agrada mais e o sentimento que eu tive era de que a grande maioria das pessoas que estavam ali naquele momento, também achavam o mesmo.
Bom, essa é apenas a minha opinião, a solução? Procurar novas bandas que despertem em mim alguma sensação diferente, novos potenciais ídolos.

Será que isso é comum? quantos ídolos você ja teve na vida? Sem contar Pai, mãe e compania...
A impressão que tenho é de que sempre estamos a procura de novos ídolos, que possam nos despertar o desejo de novas conquistas e que sirvam de referencial. Um ídolo que me chamou a atenção neste fim de semana foi de uma outra área, da qual também sou fã, o futebol, o ídolo? Marques, atacante do Galo Mineiro de 35 anos, cujo a trajetória profissional se confunde com a do meu time de coração, e o carisma? Quanto carisma, é impressionante o tamanho da identificação da massa atleticana com esse jogador. Já eram jogados 15 minutos do segundo tempo, o público de 25 mil pessoas cantava em coro "Olê Marquês, Olê Marques", o técnico Geninho dá as últimas intruções para o xodó atleticano antes de coloca-lo em campo, a torcida emplogada não tira os olhos da lateral do gramado, ansiosos para que a substituição ocorra logo e que o resultado de 0 x 0, contra o modesto Social de Coronel Fabriciano se transforme em uma possível goleada. Até que, tomado de emplogação, distraído, gritando o nome do meu ídolo, percebo que algo diferente acontecia no campo, os gritos de "Olê Marquês" vão se calando aos poucos, vejo o goleiro do Atlético buscando a bola dentro do gol, do gol? "foi gol"? pergunto ao lado, "parece que foi" me respondem torcedores que como eu não sabiam o que tinha acontecido, cadê o replay?.... 1 x 0 para o social, parece brincadeira, mas acredito que metade do estádio prestava atenção na beirada do campo e perdera o belo gol feito pelo time adversário, gol este que decretou a derrota de nosso time e que nem nosso ídolo Marques, foi capaz de reverter. Mais uma derrota. E ai, existe solução? É tão fácil procurar um novo time para torcer, como uma nova banda para ouvir? Acho que não, estou fadado a torcer para o mesmo time até o fim da vida, e esperar que novos potenciais ídolos possam surgir. Se eu não estivesse acostumado com isso (os cruzeirenses que não vejam isto aqui), eu teria ficado mais chateado.

Resolvi então ir ao teatro, assistir uma peça de outros ídolos, não meus, mas de muita gente por ai. O nome da peça é Chico Rosa, um diálogo musical numa mesa de bar, entre Noel Rosa e Chico Buarque, encontro inusitado, pois Noel faleceu 7 anos antes de Chico nascer. Dois sambistas de marca maior, muito bem cantados e interpretados pelos atores Luiz Rocha e Ricardo Nazar, o resultado? O grande teatro do palácio das artes lotado, no repertório, samba, muito samba e muito sono. Sei que fãs de Chico e Noel deveriam estar estaziados ao presenciar aquele encontro lúdico, mas eu, apesar de respeita-los como exímios artistas e sei que o são, quase durmi dentro do teatro, ser fã deles, acho que não.

Finalizando, todos nós somos fãs de algo na vida, alguns ídolos, com o tempo, deixarão de ser, outros continuarão sendo, mesmo que lutemos contra, enquanto alguns nunca serão, por mais que possamos respeitar. Mas uma coisa é certa, ter ídolos é muito bom, desde que entendamos que nossos ídolos também são seres humanos como qualquer outro, capazes de errar ou acertar.

E você, qual o seu potencial ídolo?

Dica de som: Udora - Liberty Square
Dica de filme: Efeito Borboleta

Abraços.

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