terça-feira, 8 de julho de 2008

Para alegria dos “Maggots”

Eles estão de volta. Depois de um hiato de quatro anos sem um disco de estúdio e três anos após lançarem uma coletânea ao vivo, 2008 marca a volta da banda que é um dos grandes expoentes do metal nos últimos anos, para alegria de seus fãs, carinhosamente conhecidos como “Maggots”, o novo disco promete muita brutalidade, velocidade e batidas grooveadas. Quem são eles?


O segundo semestre de 2008 é a época prevista para a volta de Corey Taylor e seus outros oito companheiros do Slipknot à ativa. Após lançarem seu último disco de estúdio “Vol.3 The subliminal verses” em 2004 e excursionarem por todo o mundo, passando inclusive pelo Brasil, a banda deu um tempo e seus integrantes se dedicaram a projetos paralelos. Três anos se passaram e os músicos se reúnem novamente para o lançamento de seu 4º disco de estúdio, intitulado “All hope is gone”. Com data de lançamento prevista para o dia 25 de agosto, “All hope is gone”, com certeza irá trazer toda a brutalidade da banda de volta e deve apresentar músicas e arranjos mais elaborados, obviamente refletindo o amadurecimento dos integrantes como músicos e também como homens.

Com todo o merchandising e estratégias de marketing que acompanham o Slipknot por toda a carreira, a divulgação do disco tem sido feita de maneira gradativa. Primeiro a banda divulgou algumas fotos de suas novas máscaras, o site da Spinner, recebeu em apenas 24 horas, o incrível número de oito milhões de acessos. Através de seu site oficial, a Banda disponibilizou em streamming a música que dá nome ao disco, “All hope is gonne” você pode escutar Aqui.

Também parte do processo de divulgação, o Slipknot disponibilizou para seus fãs através do site de sua gravadora Roadrunner Records, o primeiro single de trabalho, chamado Psychosocial. Ao ouvir cuidadosamente as duas músicas do próximo disco, eu como fã desde 1999, ano do lançamento do primeiro álbum da banda, pude perceber que a banda continua seguindo uma mesma linha melódica, principalmente com relação à primeira música de trabalho. Psychosocial é uma música forte, pesada, com ritmo cadenciado e refrão melódico, exatamente como os primeiros singles de cada álbum.

1999 – Álbum – Slipknot – Primeiro single – Wait and Bleed
2001 – Álbum – Iowa – Primeiro Single – Left Behind
2003 – Álbum – Vol.3 The Subliminal verses – Primeiro single – Duality
2008 – Álbum – All hope is gone – Primeiro single – Psychosocial

Se você escutar com calma as quatro músicas, irá perceber como elas possuem uma estrutura muito parecida e muito se assemelham nas passagens do pesado para o melódico e dos gritos para o canto limpo. A banda mais uma vez tenta repetir a fórmula de sucesso dos trabalhos anteriores.

TOUR

Antes mesmo do lançamento do novo álbum, o Slipknot cai na estrada novamente, a fim de retomarem o mesmo entrosamento em cima do palco e voltarem à velha forma.


A Rockstar Mayhem Fest, terá as apresentações de Mastodon, Dragon Force, Disturbed que lançou seu novo disco “Indestructible” em maio e estreou bem colocado na parada da Billboard, além dos mascarados do Slipknot fechando os shows. Realmente um festival imperdível.

Eu já tive a oportunidade de assistir a quatro apresentações do Slipknot durante o tempo em que vivi nos Estados Unidos e realmente o poder que eles têm em cima do palco é algo impressionante, a presença de palco de todos os integrantes é contagiante, todos pulam, batem cabeça, lutam entre si e tocam seus instrumentos freneticamente, pra quem curte um som mais pesado, vale a pena conferir. Quer dar uma espiada em uma apresentação deles ao vivo? Assista abaixo.



Portanto, para alegria dos “Maggots”, simpatizantes e curiosos, o Slipknot está de volta e ao que tudo indica com gás total. Assim que o álbum for lançado farei um post sobre as minhas impressões sobre o disco, até lá assista um vídeo com a nova música Psychosocial e as novas máscaras. Grande abraço.


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quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quer trabalhar? Então trabalha direito

Em tempos de economia aquecida, excesso de profissionais e concorrência acirrada em todas as áreas, empresas, prestadores de serviço, comerciantes, profissionais autônomos entre outros, vêm percebendo a necessidade de buscar um diferencial para seus negócios, o cliente vem sempre em primeiro lugar, prestar bons serviços, não mais é garantia de rentabilidade, uma conjunção de fatores influem na decisão de compra dos consumidores, que estão mais exigentes a cada dia. Mas será que todos têm essa visão? Será que algumas pessoas ou empresas estão cientes da importância de prestar um serviço de excelência para cativar seus clientes e conquistar novos? Vou contar um caso que aconteceu comigo esta semana e você tire suas próprias conclusões.

Quem tem mais, pode mais, ou seja, que tem melhores condições, pode pagar mais caro pela prestação de alguns serviços, ainda que isto não lhe satisfaça, porém inegavelmente aumenta as possibilidades. E quem não pode pagar tão bem pelos mesmos serviços, necessariamente tem que se contentar com o descaso de alguns profissionais? Em minha opinião não, pois existem ótimos profissionais que chegam todos os anos no mercado, em busca de oportunidades de mostrar seu trabalho e consequentemente crescer na profissão, o que gera diferentes opções de escolha para o consumidor, que pode optar pelo profissional que melhor o atenda de acordo com suas condições financeiras.

A mais de um ano não faço uma limpeza dentária. Meus dentes, bem como minha gengiva, estão precisando de um cuidado especial, visitas anuais(no mínimo) ao dentista já fazem parte da minha vida, com o intuito de manter uma boa higiene bucal, e prevenir futuros problemas que possam vir a acontecer devido a hábitos talvez não muito saudáveis. Durante toda a minha vida, quem cuidou dos meus dentes, no sentido de mantê-los limpos foi a Dra. Rosália, excelente dentista de Belo Horizonte, muito boa profissional, que exerce sua profissão com tamanha paixão e carinho que se torna amiga da grande maioria de seus clientes. Meu Pai, como ex-funcionário da Embratel, possuía um plano de saúde, extensivo para toda a família, cujo plano odontológico também era incluso, motivo pelo qual nossa família optou pelos serviços da Dra. Rosália. Porém após meu Pai aposentar-se, tivemos que optar por diferentes planos de saúde, dos quais tratamentos odontológicos não eram contemplados, com exceção do meu. A partir daí o tratamento dentário com a Dra. Rosália, se tornou inviável, pois custear uma única consulta com ela, extrapolava meu orçamento.

Ao adquirir o plano de saúde da Golden Cross, optei por um pacote que incluía atendimento odontológico pelo período de um ano, uma espécie de teste, quando terminado o tempo de carência eu poderia optar por um pacote melhor(mais caro), que contemplasse serviços odontológicos por tempo indeterminado. Ok, eu pensei, isso me atende, poderei fazer visitas esporádicas ao dentista e fazer algum tipo de tratamento dentário preventivo, resolvi então agendar uma consulta.

1º dia

Marquei minha consulta para uma clínica chamada Cliden, localizada no centro de Belo Horizonte à Av. Afonso Pena. Minha consulta seria para fazer uma simples limpeza, por isso me agendaram para uma tal de Dra. Miriam. No dia da minha consulta, sai mais cedo do meu trabalho, cancelei alguns compromissos e me dirigi até a clínica Cliden, fiz meu cadastro e após alguns pouco minutos de espera a Dra. Miriam me chamou. Depois de uma análise superficial dos meu dentes ela constatou que eu estava com um problema de retração de gengiva, ou seja, meus dentes estão muito expostos, estou perdendo osso e caso não seja tratado, corro até o risco de meus dentes caírem, nada alarmante, desde que um profissional competente faça um tratamento de boa qualidade e me dê as instruções corretas. Em 5 minutos de consulta a Dra. Miriam, após me passar essas informações, resolveu me encaminhar para o Dr. João Bosco, na mesma clínica Cliden, por se tratar da área de atuação dele (periodontia), ele poderia analisar meu caso, fazer a limpeza e propor soluções e tratamentos para resolver meu problema. Sem problemas eu pensei, remarquei a consulta para 2 semanas depois, horário mais próximo disponível e fui embora.

2º dia

Sai mais cedo do trabalho, adiei compromissos importantes e mais uma vez me desloquei até a clínica Cliden, cheguei ao consultório 5 minutos antes do meu horário marcado e me dirigi ao balcão da recepção. Duas recepcionistas atendiam as demandas no balcão e ao telefone, apesar de se tratar da mesma clínica, dessa vez o consultório ao qual eu me dirigia era localizado em outro andar. As duas recepcionistas eram visivelmente mau preparadas, não vestiam uniforme ou algo do tipo e minha presença no balcão à espera de atendimento era a mesma coisa que nada, as duas ao telefone nem sequer olharam para mim ou pediram para que eu aguardasse. O som ambiente era bastante perturbador, máquinas, conversas, agitação, tornavam o ambiente muito pouco profissional. Após alguns minutos de espera e com os documentos e o encaminhamento da dentista anterior em mãos, entreguei tudo para uma das recepcionistas, que prontamente ao recebê-los comentou com a outra, “ah, não vou fazer isso não”, os motivos eu não sei por quê. A fim de manter a tranqüilidade, deixei meus documentos com elas e sentei na sala de espera, alguns poucos minutos depois, uma Dentista que não sei o nome, pois ela não se apresentou me chamou. Me sentei na cadeira da sala dela, muito barulhenta por sinal, pois lá existem vários consultórios e a divisão entre eles é feita apenas por pequenas divisórias e expliquei que eu fui encaminhado por uma outra dentista da mesma clínica, para uma avaliação do Dr. João Bosco devido a minha retração gengival. Após outra avaliação superficial, a dentista que não sabia que eu tinha horário marcado com o tal Dr. João Bosco, pois as recepcionistas não fizeram a minha ficha e simplesmente pediram para que uma outra dentista desse uma olhada no meu caso, disse que eu teria que passar pela avaliação de um outro dentista para saber as causas dessa retração. Isso não seria trabalho para o tal Dr. João Bosco, no qual eu tinha uma consulta agendada a 2 semanas atrás? Após explicações não contundentes, fui informado que o Dr. João Bosco não trabalhava com a parte de limpeza, somente com a parte cirúrgica de gengivas e que ela não poderia fazer minha limpeza, pois tinha outro cliente marcado em breve. “Em meu caso não será necessário cirurgia?” Perguntei, “um profissional irá verificar as causas e posteriormente indicará se é necessário ou não a cirurgia, seu plano não cobre cirurgia”, ela respondeu, “Não se preocupe com o que o plano cobre, faça minha avaliação e depois eu vejo se vale a pena pagar ou não”, pensei. “Este profissional não seria o Dr. João Bosco?” indaguei em seguida. “Conversei com o Dr. João Bosco e ele disse, que caso o senhor queira esperar ele atender os outros pacientes dele, ele pode dar uma olhada no seu caso”, ela falou. Não conseguia entender por que eu teria que esperar o atendimento á outros pacientes, sendo que eu tinha minha consulta marcada. “Como vocês marcam uma consulta para mim se um dentista não trabalha mais com o meu suposto caso?” perguntei, já indignado. “Não sei, não sou secretária” a dentista respondeu. Ok, essa era a gota d´água, ela foi comigo até a recepção e pediu para a recepcionista agendar uma outra consulta com um terceiro dentista, que provavelmente ia olhar meus dentes em 2 minutos e me encaminhar para um quarto dentista e assim por diante, e olha que tudo o que eu queria era uma simples limpeza. Por fim, minha educação não permitiu que eu me dirigisse à aqueles profissionais pífios com palavras de baixo calão, devido ao grande desrespeito, falta de organização e qualidade profissional pela qual eles conduziam aquela situação. Peguei meus documentos e falei que não precisava marcar mais consulta nenhuma, pois não perderia meu tempo novamente me dirigindo à clínica Cliden, peguei minhas coisas e fui embora, visivelmente indignado, porém mantive minha postura, apesar de ter vontade de quebrar aquela clínica toda. Rs.

No caminho de volta eu realmente me sentia muito incomodado, como ainda existiam profissionais tão pouco comprometidos com a satisfação de seus clientes, claro que não era uma clínica com preços abusivos, dedicada a clientes de alta renda, porém, será que eles esperam prosperar em seus negócios trabalhando dessa forma? Principalmente em se tratando de uma clínica dentária, que trabalha com saúde, é uma coisa séria, por fim, fiquei até feliz por nenhuma intervenção ter sido feita em meus dentes, pelos mau preparados dentistas da clínica Cliden.

Me senti completamente desrespeitado, por isso estou utilizando este canal como forma de desabafo, “Guilherme, está saindo fumaça do seu teclado, tamanha a força com que você está digitando”, comentário do meu chefe, rs. E não é pra menos!

Portanto é claro hoje a necessidade de colocar o cliente em primeiro lugar sempre, ambiente agradável, profissionais bem treinados, atenção e cuidado nos mínimos detalhes, são fatores que fazem a diferença, que fidelizam os antigos cliente e que trazem os novos, são fatores primordiais na condução dos negócios.

E você já passou por alguma experiência parecida? Você é um consumidor exigente? Presta atenção nestes detalhes em seu trabalho? Espero que sim, tem algum dentista para me indicar? Rs.

Pra relaxar um pouco estou ouvindo Spliknot, música calma e tranquila, rs. Falando nisso, meu próximo post será dedicado a eles, que têm um álbum novo saindo do forno, o que será que vem pela frente? Grande abraço a todos........

Dica de som: Indignação - Skank

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sexta-feira, 13 de junho de 2008

Aspirante a potência mundial

Economia estável, bolsa batendo recordes sucessivamente, queda da inflação e taxas de juros. O Brasil aos poucos vai almejando a posição de grande potência mundial, há pouco tempo o país alcançou o status de “Investment grade”, ou seja, o Brasil passa a receber investimentos de fundos de pensão internacionais que operam somente em países com o tal grau de investimento, desta forma, mais dólares entram no país, aquecendo a economia. Somos um país emergente, propostas como as do Biocombustível, reforçam essa posição, mas olhando pra dentro, será que estamos no caminho certo? Citarei apenas dois dos diversos exemplos existentes, e você tire suas próprias conclusões.


6:20 da manhã, o despertador toca, hora de levantar para mais um dia de trabalho. Uma ducha rápida para despertar, dentes escovados, roupa vestida, um gole rápido de café, um pedaço de pão com manteiga (sobra do dia anterior) e nosso herói está pronto para sair. Ele trabalha no lado oposto da cidade, para economizar na condução e ganhar tempo, ele caminha 7 quarteirões para poder pegar apenas um ônibus. O desodorante tem que ser bom, pois depois de uma caminhada antes das 7 da manhã, o suor é inevitável.

7:00 horas, nosso herói já se encontra no ponto de ônibus, a espera da condução que o levará para o trabalho, ainda sonolento ele tenta manter a atenção, se vacilar e não der o sinal, com certeza o ônibus passará direto, tomar a próxima condução, 20 minutos depois, será certeza de atraso no trabalho, bronca do chefe e se bobear até desconto no salário. São 7:20, o ônibus aponta no fim da rua, nosso herói dá sinal, ele pega sua condução tranqüilo, pois ele conseguirá chegar a tempo no trabalho, o motorista abre a porta e ele entra, sabe o que o aguarda?





Um formigueiro. Logo ao entrar a dificuldade é imensa para se locomover, agarrar-se ao apoio é difícil, pois diversas mãos tentam dividir o mesmo espaço, um verdadeiro exercício de equilíbrio. Após algum empurra-empurra, nosso herói mostra habilidade, ao agarrar-se no apoio com uma mão, e com a outra abrir a carteira, pagar o trocador e com essa mesma mão, guardar as inúmeras moedas do troco. Com dificuldades ele consegue transpor a roleta, a única coisa que ele precisa é encontrar um lugar aonde ele fique fora da rota das outras pessoas e possa se equilibrar. O local encontrado é o vão entre dois bancos, logo a frente de um senhor sentado que lê o jornal do dia. “Ótimo, posso aproveitar para saber as notícias bicando o jornal desse senhor”, ele logo pensa, porém os empurrões de pessoas que querem passar sempre levam sua barriga de encontro ao jornal, irritando o senhor que resolve guarda-lo, lá se vão as notícias. O odor do sovaco do cidadão ao lado começa a causar incômodo, nosso herói começar a ter náuseas devido ao mau cheiro, sem opções para trocar de lugar, respirar pela boca é a única solução.

A viagem já dura 30 minutos, parece uma eternidade, um cidadão sentado logo a frente se levanta, é a chance de sentar-se e ir mais confortável pelo menos nos últimos 20 minutos de viagem, porém a alegria dura pouco, alguns minutos após sentar-se, nosso herói observa uma mulher grávida em pé, faz parte da gentileza urbana, ceder lugar para idosos, pessoas com crianças de colo ou mulheres grávidas, nosso herói não hesitou e gentilmente ofereceu seu lugar para a mulher, “A senhora pode sentar-se aqui”, “Mas por que você está cedendo seu lugar?”, ela indagou, “Mulheres grávidas devem ir sentadas, a senhora, mais do que eu, deve viajar confortavelmente”, ele respondeu, “Quem disse que eu estou grávida?”, ela prontamente respondeu com uma cara de poucos amigos. Nosso herói não sabia o que dizer, ele poderia jurar que a enorme barriga da mulher se tratava de uma gravidez, o semblante dela mostrava claramente que ela não gostou de ser confundida com uma grávida, afinal, ela era gorda mesmo, a gentileza urbana do nosso defensor dos fracos ia por água abaixo, envergonhado ele preferiu se refugiar no fundo do ônibus, faltavam poucos minutos para aquela viagem chegar ao fim. No fundo do coletivo, ao seu lado um jovem de terno e gravata, cabelo penteado impecavelmente, conversa animado com outra pessoa sobre as obras que Deus havia operado em sua vida, porém ele começa a se exaltar, “Só o sangue de Jesus tem poder, os que não vierem pelo amor, virão pela dor, Deus é o caminho da salvação”, aos gritos o jovem começa uma pregação como se estivesse em pleno culto de sua igreja, “socorro”, pensa nosso herói, “preciso descer logo desse ônibus” e sua hora finalmente chega. São apenas 8 horas da manhã, aliviado por ter descido do ônibus, nosso herói está pronto para encarar 8 horas estressantes de trabalho, o translado foi apenas o aquecimento, preciso descrever a prorrogação?

O herói da história acima, somos eu e você, que dependemos do transporte coletivo em nosso país para nos deslocarmos. Muito se fala do caos no trânsito das grandes cidades, o aumento gradativo da frota de carros, que diariamente recebe novos veículos, porém o transporte público precisa de sérias reformas para atender a população de forma descente. A maioria dos trabalhadores do país, enfrenta jornadas desumanas para chegarem e voltarem do trabalho, isso, sem contar o desgaste natural do próprio emprego, o Brasil precisa investir em infra-estrutura, um país emergente que almeja se equiparar às grandes nações precisa prestar atenção nos detalhes, pois são estes detalhes que classificam um país como desenvolvido ou não, se providências não forem tomadas urgentemente, esta situação tende a ficar incontrolável, vide a cidade de São Paulo, que enfrenta milhares de km de engarrafamento todos os dias.

Copa de 2014

Uma luz no fim do túnel para o transporte coletivo nas grandes cidades do país, seria a Copa do mundo de 2014 a realizar-se no Brasil, muitos investimentos serão certamente destinados ao transporte público, desafogando o trânsito das grandes capitais brasileiras e melhorando a vida dos trabalhadores, a Copa do Mundo com certeza deixará bons frutos para o país, não só para o transporte público, mas para a economia em geral.

Outra boa notícia para 2014, que infelizmente está muito distante, será o retorno do festival Rock in Rio para o Brasil, se aproveitando dos holofotes virados para o país durante o ano de 2014, os organizadores do evento que nos últimos anos acontece em países da Europa, como Portugal e Espanha acontecerá novamente no país, 14 anos após a última edição realizada em terras tupuniquins.

Revolta

Esta semana acompanhei algumas reportagens de uma série especial, exibida no jornal da Record entre os dias 9 e 14 de junho, intitulada “Saúde pública: Salve-se quem puder”. Durante uma semana, 10 equipes de jornalismo da Record percorreram hospitais públicos de todas as regiões do país e presenciaram de perto, o drama de milhares de pessoas que dependem do atendimento público em nosso país. Foram dezenas de histórias chocantes e revoltantes de descaso do governo com a população, histórias comoventes como a da menina, que pela demora no atendimento e por um erro médico, ficou entre a vida e morte depois de uma simples queda. Ela conseguiu se salvar, mas sem um dos braços.
Filas intermináveis, instalações precárias e falta de respeito com o trabalhador brasileiro, que sente o peso dos impostos para sustentar o sistema de saúde, mas quando precisa de socorro, não encontra. Há de se ressaltar o excelente trabalho realizado pela equipe de jornalismo da Record, que contou histórias comoventes, bem contextualizadas e muito bem apuradas, ponto para eles.


Enfim, um país emergente, que almeja o posto de país de primeiro mundo, que recebe bilhões de dólares em investimentos estrangeiros, deve olhar para seu próprio umbigo e cuidar dos pequenos detalhes que são responsáveis pela grandeza de uma nação, é inadmissível que em um país como o nosso, pessoas morram de fome ou por falta de atendimento médico, isso deve ser hoje e sempre prioridade de nossos governantes.

Citei apenas dois exemplos do caos que vivemos no Brasil, no transporte e na saúde, portanto refaço a pergunta do começo do post, o Brasil está no caminho certo? De que forma nós cidadãos comuns podemos contribuir para o crescimento e melhorias da nação? Votando?

Grande abraço a todos.............

Dica de filme: Sangue Negro – Vencedor do Oscar de melhor ator com Daniel Day lewis. Em 2008.

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quarta-feira, 4 de junho de 2008

A desevolução

De onde viemos e para onde iremos? Provavelmente, você, assim como eu e todas as pessoas deste mundo, já perdeu ou ganhou algum tempo procurando essas respostas ou pelo menos tentando entender um pouco das raízes da humanidade e dos caminhos que o futuro pode nos reservar. De certo é que a ciência através de seus grandes estudiosos e numerosas teorias nunca chegou a um consenso, enquanto a conformista religião, atribui suas buscas e anseios à fé, que certamente conforta os corações mais aflitos. Adão e Eva ou macacos? Voltaremos a ser puros ou faremos de tudo por uma banana?


Religião não é o meu forte, pelo menos ainda não, confesso que terei que desenvolver o mínimo de minha espiritualidade para poder debater temas mais complexos como a introdução deste post sugere. Porém é claro para mim, o importante papel da espiritualidade na vida do homem, e entendo o papel da religião como intermediadora e solução para as angústias de muitos. Não sei se existe o diabo, mas se existir, por razões óbvias, com certeza essa seria umas de suas representações:



Então partirei do princípio da ciência, do processo de mudança e desenvolvimento pelo qual os seres humanos emergiram como uma espécie distinta, se tornando mais ereta com o passar do tempo e desenvolvendo seu cérebro, diferenciando-se assim dos primatas. A inteligência com certeza é o que diferencia o ser humano dos demais animais, consequentemente, quanto mais inteligente é o ser humano, mais desenvolvido ou maior capacidade de se desenvolver ele tem. A fim de estabelecer parâmetros de inteligência, surgiu o Quociente de Inteligência, o Q. I. que é uma medida derivada da divisão da idade mental pela idade cronológica, obtida por meio de testes desenvolvidos para avaliar a capacidade de inteligência de um sujeito. Ou seja, esta tabela serviria para mostrar a ponte que separa um gênio de um burro.

Se a grande maioria dos seres humanos tivesse o Q.I. elevado, ou seja, compartilhassem de alto grau de inteligência, os recursos naturais seriam melhor aproveitados e a harmonia entre as pessoas seria crescente, porém não é esse o rumo que vemos as coisas tomarem. A degradação cada vez maior do meio ambiente, em busca de mais riquezas nos faz temer pelo futuro das próximas gerações, comentários como o de que a 3ª guerra mundial será por causa da Amazônia, maior fonte de riqueza natural do mundo, não são difíceis de serem ouvidos por ai, mas por que a humanidade estaria tomando este caminho?



A teoria da desevolução afirma que o Q.I. médio da população está caindo gradativamente. Casais com Q.I. alto possuem uma média de 1,5 filhos, enquanto os casais de Q.I. baixo, possuem em média cerca de 5 filhos. Este fato aliado ao avanço da medicina e pela falta de predadores naturais faz com que a população humana aumente desenfreadamente e seja responsável pelo seu próprio declínio. De onde eu tirei isso? Vejo no vídeo abaixo:





Os americanos do Korn levantam essa questão em seu mais novo videoclipe da música Evolution, e atingem o seu objetivo de gerar algum tipo de reflexão, ponto para eles.

E você? Acredita que estamos no caminho oposto da evolução? Acha que a religião tem as respostas pra estas questões? Acredita em Q.I.? Aliás, você sabe qual o seu?

Abraço a todos.

Dica de som: KORN - Untitled

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quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Policia Pop

“Polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia”, assim começa a música “Polícia” dos Titãs, hit do rock nacional que fez bastante sucesso durante a década de 80. Hoje em dia a polícia que já foi cantada, agora canta, e além de cantar possui até representante, o primeiro super-herói brasileiro, Capitão Nascimento. A policia ficou Pop? Será?

Ok. Imaginemos o Brasil sem polícia........................
Estou tentando e pra falar a verdade nem consigo imaginar, pois direta ou indiretamente, somos sempre dependentes desta que é a uma das instituições públicas mais respeitadas de nosso país e que exatamente pelo fato de ser uma instituição pública possui diversos problemas. Todos nós sabemos, que nossos policiais são sub-valorizados e mal remunerados para em determinados momentos arriscarem suas próprias vidas em prol de seu trabalho. Tal descaso por parte de nossos governantes faz com que policiais insatisfeitos com sua renda, procurem novas alternativas para completar o orçamento familiar, os honestos, fazem bicos como seguranças em restaurantes, casas noturnas, etc... Encarando jornadas de trabalho desumanas, afetando diretamente sua produtividade como policial. E também existem os desonestos, gostaria de pensar que fossem poucos, que trilham o caminho da corrupção, esquemas ilícitos, arregos, abuso de autoridade, entre outras coisas que aliadas ao despreparo técnico, tático e psicológico de algumas corporações, logo nos remetem a música dos Titãs novamente.



“Tropa de Elite”, filme de José Padilha de 2007, tem como tema o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, o filme abriu uma série de discussões em todo Brasil, temas como a ineficácia do sistema policial e penal, corrupção, tráfico e tortura, foram exaustivamente debatidos em todos os meios de comunicação, o que por um lado denegriu a imagem de algumas corporações, exaltou a atuação de outras, criando uma auto-estima até então inexistente por parte da polícia, o que ocasionou no nascimento do primeiro super-herói brasileiro, o exterminador de bandidos, o caveira, o chefe dos farda preta, o temível Capitão Nascimento, vide vídeo abaixo:



Ahahahahahahaha, não resisti.

O filme “Tropa de Elite” também levantou uma outra questão, a polícia quer se equiparar aos bandidos. Como? Se eles ganham dinheiro com o tráfico, também ganharemos, se eles são violentos, seremos violentos, se eles torturam, nós torturamos, e o processo de popularização (Pop) da polícia se potencializa ai. Se eles têm filme (Cidade de Deus), também teremos, você acha que as produções cinematográficas acabaram com Tropa de Elite? Errado, vem ai Rota Comando – O filme, com previsão de lançamento para o início do ano que vem, “Rota Comando” vai retratar um pouco da história das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, baseado no livro “Matar ou Morrer” do Capitão Conte Lopes, que hoje é deputado. Informações constam de que mais da metade do batalhão da PM não é a favor do filme, o alto comando da ROTA tem acompanhado de perto as gravações, portanto tenho minhas dúvidas se o filme irá gerar grandes polêmicas, ou servirá apenas como uma espécie de vídeo institucional da Tropa de Elite de São Paulo. O baixo orçamento para a produção gira em torno de R$ 500 mil reais (tropa de Elite custou R$ 10,5 milhões) e o elenco de cerca de 150 pessoas não conta com nenhum ator famoso.

Já não é de hoje que as periferias das grandes cidades encontraram na música a principal forma de se expressarem e denunciarem abusos que acontecem em suas comunidades, abusos estes, muitas vezes cometidos pelos próprios policias. Porém nem só em tom de denúncia vêm as músicas da periferia, bandidos também cantam.



E dando continuidade ao processo de popularização da polícia, se bandido canta, a polícia também canta.



A tentativa de mudança da imagem da polícia é totalmente válida em minha opinião, desde que ela seja feita de forma responsável e sensata. Após o grande sucesso de Tropa de elite, a cabeça dos homens do BOPE valia ouro nos morros do Rio de Janeiro. Ultimamente vídeos de diferentes corporações têm pipocado na internet, cada um expondo o que suas corporações têm de melhor, policiais exibindo seu armamento, expondo suas táticas e até mesmo gravando suas incursões por guetos e morros, uma exposição ao meu ver desnecessária, pois a sociedade precisa de policiais sérios, eficientes e honestos e não atores de cinema. Veja vídeo:



Qual será o intuito desta super exposição? Botar medo em bandido? Encher a sociedade de orgulho? Nossa polícia deveria se equivaler a um árbitro de futebol, onde sua discrição é diretamente proporcional à qualidade do seu trabalho. Enfim, como brasileiro, tenho a obrigação de acreditar na policia de meu país, tenho especial respeito pela PMMG, onde a cada dia percebo o bom trabalho executado nas ruas de Belo Horizonte, por homens cada vez mais bem preparados e sérios e isso eu percebo no dia a dia e não através de RAP de policiais ou vídeos do BOPE, ROTA, ROTAM ou afins.
E você? Confia na nossa policia? Ou acha que como policiais eles são ótimos atores? Saudações a todos. PAZ.

Dica de livro: Rota 66 – Caco Barcellos.


“Se você é esperto então corre ladrão, chegou o tático móvel pra te mandar pra prisão”

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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ditadura da beleza

O que caracteriza uma pessoa como bela? Corpo esguio, olhos e cabelos claros, pele sedosa, cabelos esvoaçantes? Ou seria uma pele escura, olhos negros, cabelo crespo e pernas e braços rijos? Ou quem sabe, uma pessoa inteligente, sábia, sensata e de bom humor? Bom, já deu para perceber que são inúmeras as belezas existentes, mas será que beleza põe mesa?

Ditadura é o regime autoritário que está na mão de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, que exercem poderes de maneira absoluta sobre o povo. Quem seria o maior vilão da tal ditadura da beleza então? A mídia? Provavelmente sim, a mídia estipula padrões estéticos pois tem a necessidade de segmentar a sociedade, para a partir dai produzir bens de consumo específicos para cada grupo, facilitando a produção burguesa e gerando mais lucros. Hum, que papo mais revolucionário, definitivamente não é o rumo que quero tomar neste post, porém uma coisa é clara, padrões estéticos sempre existiram e provavelmente nunca deixarão de existir e o tempo é o único capaz de causar grandes transformações, veja o exemplo abaixo:



Com certeza alguns quilinhos a mais eram valorizados no passado, definitivamente o que era bonito antigamente não é o mais bonito hoje, e o que é bonito hoje não será o mais bonito no futuro. Faça um teste, vá até uma banca de revista e observe as inúmeras capas de revistas espalhadas pela banca, Top-models, atores e atrizes, celebridades que são referência de beleza, moda e comportamento, padrões inatingíveis para a maioria da população que enxergam nesses ícones o ponto onde querem chegar. Resultado: Garotas anoréxicas em busca do corpo perfeito, ou da magreza perfeita, garotos anabolizados em busca dos músculos perfeitos e senhoras de idade em busca da juventude eterna. O quão as pessoas estão dispostas a maltratar seu próprio corpo em busca de uma beleza inexistente?

Bom, eu acredito que a beleza está dentro de cada um, ou seja, cada um de nós é bonito pelo simples fato de ser único, ninguém possui as mesmas características das quais eu possuo e isso me torna belo. Ok, isso é papo pra boi dormir você deve estar pensando, deixe-me tentar expressar melhor. A vaidade é muito importante, seja para homens ou mulheres, haja visto o crescimento do mercado estético em todo país, clínicas de estética, massagens, produtos de beleza entre outros, são procurados cada vez mais por pessoas que querem uma aparência melhor, a indústria da beleza esta diretamente ligada à indústria do bem estar, o que é louvável, pois estão percebendo que saúde é sinônimo de beleza.

Então estar saudável, praticar esportes, dormir cedo, alimentar-se bem é garantia de beleza? Não, mas já é um bom começo. Quando digo que a beleza está dentro de cada um, não quero dizer que você necessariamente deve estar satisfeito com sua aparência, mas sim que você pode procurar alternativas que façam com que você se sinta melhor com o que você tem, ou seja, procurar alternativas para que você se sinta bonito, não em comparação ao artista da TV, mas com você mesmo. Exemplo: Dizem por ai que é dos carecas que elas gostam mais, pode até ser verdade, mas te garanto que nenhum homem gosta da tal careca, portanto por que não fazer algo a respeito? Se isso te fará sentir melhor, te trará confiança, por que não? Pare uma garota na rua, por mais que ela esteja em forma, pergunte se ela está satisfeita com seu corpo, ela com certeza lhe dirá que precisa perder pelo menos uns 2 kg, tudo bem, se ela se sentir melhor com 2 kg a menos, tem mais é que correr atrás mesmo, só não precisa perder 10 kg pra ficar parecida com um vara pau.

Finalizando, beleza é um conjunto de características individuais de cada um, que começa pela aparência e termina na forma com que a pessoa se expressa, ou ninguém nunca topou com a famosa “loira” burra por ai? Linda por fora e vazia por dentro. Portanto, acho que todos nós devemos procurar o que nos deixa feliz, correr atrás do que nos faça sentir bem, porém acima de tudo devemos valorizar quem somos, ter amor próprio, pois se não nos amarmos, quem o fará? Bonito isso né... E você, está feliz com o que Deus lhe deu? Acha mais belo um corpo bonito ou uma cabeça pensante? Como dizem por ai, beleza não põe mesa, mas abre o apetite.

Abraço a todos,

Dica de filme: Antes de partir (Morgan Freeman e Jack Nicholson)

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Geração Vídeo Game

Atari, MSX, Phantom System, Master System, Nintendo, Mega Drive, Super Nintendo, 3DO, Saturno, Playstation 1, 2, 3 e portátil, Xbox, Wii e PC. Ufa, se você assim com eu, faz parte de uma geração que acompanhou a evolução dos vídeo games e também suas rápidas transformações tecnológicas e mutações ao passar dos anos, que tal bater um papo sobre?

Tenho que admitir, vídeo games já foram os culpados por noites sem dormir, má alimentação, péssimas notas na escola, broncas da mãe e da namorada. Tudo isso devido há horas e horas em frente à TV ou monitor, mas eram por boas razões, afinal, passar para a próxima fase, “zerar” esse ou aquele jogo, ganhar um campeonato, vencer uma guerra ou até mesmo conquistar o mundo, são motivos mais do que suficiente, você não acha?

Muitos criticam vídeo games, pois pessoas que gostam dos jogos tendem a se fechar em seu “mundo” imaginário, várias horas em frente à TV ou monitor podem causar algum tipo de problema na vista (nada comprovado), ou a pessoa se torna menos sociável (o que é possível) ou até mesmo deixa de executar atividades de sua vida normal em prol dos joguinhos (fato comum). Mas deve existir algum tipo de benefício nisso, certo? Como fã de vídeo-game, elucidarei meus pontos de vista com relação a esse assunto e você tire suas próprias conclusões.

Fui introduzido a este novo mundo, por volta dos 7 anos de idade, o primeiro console do universo dos games, me foi apresentado por um tio, que tinha o aparelho em casa. Para minha sorte o console sempre dava defeito e meu pai como técnico em eletrônica, era sempre o escolhido para conserta-lo, “maravilha” eu logo pensava, isso significaria que meu pai levaria cerca de 3 dias para consertar a máquina e que a mesma ficaria lá em casa por pelo menos um mês. Jogos como Pitifall, Enduro, River Raid, Heroes, Pac-Man, eram diversão não só para a garotada, mas para toda família, até mesmo minha mãe participava de alguns duelos.

A partir dessa época os games começaram a se incorporar nas brincadeiras infantis e passaram a dividir espaço com as peladinhas na rua, soltar pipa, esconde-esconde, entre outras. Ter o vídeo game da última geração era sinal de poder entre os coleguinhas da rua, semelhante ao ser o “dono da bola”, fato responsável por semear a discórdia e a disputa precoce entre a mulecada. Rs. Menos né!!!

Recentemente uma agência de publicidade da Inglaterra lançou uma campanha institucional do Atari, a fim de reforçar sua importância histórica, conforme foto abaixo:















Achei uma excelente sacada, Clique aqui para ver mais peças da campanha e saber mais detalhes.



Depois da introdução a este novo e promissor universo apresentado pelo Atari, uma série de novas gerações de consoles eram lançados ao longo dos anos, o Phatom System foi minha primeira aquisição, presente dos meus pais, ele foi o primeiro console brasileiro, clone do Nintendo e lançado pela Gradiente no final dos anos 80. Caça Fantasmas, Predador, Ninja Gaiden e diversos outros títulos eram responsáveis pela minha alegria. Porém algum tempo depois, o posto de vídeo game da vez passou a ser ocupado pelo Master System e meu “reinado” como o dono do aparelho de última geração chegava ao fim, posição rapidamente ocupada pelos meus vizinhos que ganharam um Master System de presente, ora bolas, o jeito agora era ser bonzinho com eles para poder disputar algumas partidas de Black Belt, Double Dragon e jogos de verão. Bons tempos.




Como deu pra perceber a evolução dos vídeo games seguem uma ordem cronológica e paralela ao meu crescimento, passando pela minha infância, juventude e chegando até a fase adulta, tenho certeza que essa evolução também acompanhou milhões de garotos e até mesmo garotas de minha geração. Muitas fitas, cartuchos, Cd´s, DVD´s e até Blue Ray´s depois, a indústria dos games tomou proporções gigantescas, para se ter uma idéia, nos 5 primeiros meses de 2007 foram vendidos 5 bilhões de dólares em equipamentos e vídeo games somente nos EUA, uma alta de 47% com relação ao mesmo período de 2006, segundo pesquisas do instituto NPD.

Hoje em dia, filmes de Hollywood fatalmente têm suas versões em games, bandas e artistas gravam trilhas exclusivamente para jogos, empresas investem em publicidade para o segmento, personagens como os Mário Brothers, Sonic e Alex kid têm mais popularidade que vários atores por ai. Existem premiações semelhantes ao Oscar, dedicadas à comunidade de artistas e desenvolvedores de produtos relacionados com o entretenimento interativo. Existem até orquestras destinadas a tocar apenas temas de jogos famosos, cujas apresentações têm seus ingressos disputados a tapas. Além é claro de diversas feiras especializadas ao redor do mundo, realmente as proporções dessa indústria são bem elásticas.

Antigamente vídeo game era coisa de criança, os temas dos jogos eram geralmente voltados para o público infantil e pré-adolescente, porém essa geração cresceu junto aos games e a indústria acompanhou o amadurecimento do seu público. Jogos destinados ao público infantil são minoria hoje em dia, temas bem elaborados, acompanhados de enredos envolventes e detalhes gráficos de alta qualidade têm como público alvo os adultos, é comum cenas de filhos chorando pois o pai não quer deixa-los jogar, rs. Acredito até que em algumas casas existam um vídeo game para o pai e outro para o filho.

Particularmente confesso que não consegui acompanhar essa evolução, a falta de tempo aliada à crescente complexidade de tarefas a serem executadas nos jogos fez com que eu perdesse um pouco a paciência, afinal, decorar os comandos de cerca de 9 botões( no começo era só um), junto com combinações do direcional e ainda diversos mistérios a serem solucionados dentro dos jogos fizeram com que a freqüência com que eu me arriscasse com um controle na mão fosse diminuindo substancialmente.

Mas para a minha alegria, nem tudo estava perdido, eis que surge o culpado por boas horas em frente à TV e duelos intermináveis, além de alguns trocados perdidos em apostas, senhoras e senhores, apresento-lhes:



Levante a mão quem não gosta de Winning Eleven. Claro que existem pessoas que não gostam do jogo, porém este simulador de futebol possui milhares de fãs ao redor do mundo e eu, é claro, faço parte dessa nação. Mas nem tudo é perfeito! Devido a batalhas intermináveis, gritos estridentes e horas de aplicação técnica e tática, o Winning Eleven foi criando uma série de inimigos na mesma proporção em que agregava mais adeptos, vilão principal dessa história? Garotas denominadas “namoradas”, isso mesmo, tanto tempo perdido na frente da TV, fazia com que nós homens preocupados em vencer o nosso rival, provar nossa masculinidade através de nossa habilidade com o controle, esquecêssemos do cineminha, do jantar, do bate papo, enfim, da tão cobrada “atenção” para com a “classe” das namoradas, que resolveram se organizar para acabar com nosso tão inofensivo hobby. Se você procurar no Orkut, irá encontrar várias comunidades onde garotas trocam experiências e relatam casos de seus namorados “viciados”, Clique aqui e confira uma reportagem sobre o assunto.

Aproveitando um nicho de mercado diferente e apostando na interação ao invés da extrema preocupação com a qualidade gráfica, a Nintendo vem causando um reboliço no mercado ao lançar o console Wii. Essa nova plataforma aposta em jogos multiplayer, ou seja, para várias pessoas, seu controle capta os movimentos que o jogador faz ao movê-lo, funcionando como uma espécie de "mouse aéreo", proporcionando grande mobilidade, o console trouxe de volta um público que estava afastado do mundo dos games e vem ganhando novos adeptos progressivamente, o Wii é lider de vendas atualmente, estando à frente do Xbox/360 e do Playstation 3, confira você mesmo se é ou não é garantia de diversão.



Uau, acho que acabei me empolgando, acredito que ninguém vai ter saco de ler este post até aqui, e eu ainda nem dei minha opinião sobre a violência presente nos jogos e as incessantes tentativas de proibições dos mesmos por parte de nossas autoridades, acho que vai ter que ficar pra próxima. De qualquer maneira, para finalizar e conforme prometido a alguns muitos parágrafos atrás, acredito sim que o vídeo game tem suas vantagens. Ao jogar vídeo game o jogador desenvolve sua capacidade de concentração, seu raciocínio lógico, têm um contato direto com a língua inglesa, o que aumenta o vocabulário bem como ajuda no entendimento de palavras e até frases em inglês, exercita os músculos dos dedos (vi isso em um programa da Xuxa a anos atrás) e principalmente, serve como válvula de escape para o stress.

E você? O que pensa com relação aos vídeo games? Gosta? Não gosta? Joga? Não joga? Tem alguma história pra contar? Põe na roda. Que tal uma partidinha de Winning Eleven? Qualquer coisa estou a disposição.

Abraço a todos.

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quinta-feira, 3 de abril de 2008

O rock não morreu, será?

Há quanto tempo não surge uma nova banda , capaz de te empolgar, fazê-lo escutar as músicas incessantemente, decorar as letras e murmurar os riffs? Se você assim como eu anda carente de novidades, eis a nossa esperança: Los Gaúchos de Acero.






Pode parecer brincadeira, mas apesar de precoce, Los Gaúchos de Acero, surgem como uma provável aposta para sacudir o cenário do rock pesado para o futuro. Formado pelo trio de irmãos Emilio, 15, Agustín, 11 e Martín, 10, os garotos da província de Salta, cidade do norte da Argentina, localizada a 1600 km de Buenos Aires são um bom exemplo de como a internet realmente rompe fronteiras e da voz a pessoas nos lugares mais remotos do mundo.

Tudo começou quando eles resolveram filmar algumas mini jams sem nenhum tipo de recurso, no próprio quarto e com apenas uma guitarra e uma bateria, o baixo seria emprestado por um amigo algum tempo depois. Resolveram então disponibilizar o material através do Youtube, o resultado? Vídeos hilários, que mostram garotos extremamente jovens, que apesar da pouca técnica, demonstram muita pegada e transparecem grande paixão pela música além é claro de se divertirem com isso. Está curioso? Dê uma olhada no primeiro vídeo deles tocando Refuse Resist, música do Sepultura, banda que é a responsável pela introdução dos Gaúchos ao heavy metal.





Confessa, é ou não engraçado? Mais lado B impossível. Vendo-os tocar assim, lembro-me de uma entrevista do Rodolfo (ex-Raimundos) na Mtv há alguns anos atrás, onde perguntaram qual era a opinião dele com relação aos Mamonas Assassinas, banda que estava estourada na época. Ele respondeu que apesar de não gostar do som do Mamonas, eles serviam de inspiração para a mulecada ter vontade de pegar uma guitarra e fazer rock ´n roll, ao invés de optarem por um cavaquinho ou pandeiro para tocar pagode, gênero que nos assombrava naquele tempo. É exatamente isso o que esses garotos fazem, porém ao invés de terem Mamonas Assassinas como inspiração, os Gaúchos têm como referência bandas como Iron maiden, Metállica, Judas Priest, Sepultura entre outros monstros do heavy metal mundial.

Após disponibilizarem os vídeos na internet o improvável aconteceu, uma avalanche de acessos de pessoas de todo o mundo, fazendo com que Los Gaúchos figurassem entre os vídeos mais assistidos, atingindo mais de 4 milhões de acessos.

Continua achando que é brincadeira? Los Gaúchos de Acero ganharam destaque na mídia, com matérias publicadas nos maiores jornais da Argentina como o Diário Clarin e o Diário de La Nación, foram notícia em diversos sites de todo o mundo, além de aparições em programas da TV local. Gravadoras já manifestaram interesse em contratar os prodígios do metal, que agora estão se dedicando em escrever composições próprias para gravarem um álbum em breve. Eles atraíram atenção até mesmo do governo Argentino que lhes forneceu equipamentos musicais. Andréas Kisser, guitarrista do Sepultura, tomou conhecimento da banda, através da internet e manifestou interesse em conhecer pessoalmente os meninos de Salta. Dê uma olhada na evolução que tiveram com apenas 6 meses de banda, em uma apresentação no Cosquin Rock 2007, um dos mais tradicionais festivais da Argentina com público total de cerca de 20 mil pessoas em três dias de festa.





Pois bem amigos, existe sim esperança e realmente o rock não está morto, diferente de outros gêneros musicais, o rock tem uma capacidade enorme de se reinventar, a paixão pela música é o que move milhares de jovens de todo o mundo. Los Gaúchos de Acero ainda têm um grande caminho pela frente, mas eu acredito que o talento deles pode sim ser lapidado e quem sabe assim surja uma grata surpresa.

E você? Acredita que Los Gaúchos de Acero têm futuro? Ou são somente alguns garotos desocupados que não têm nada pra fazer no inóspito interior da Argentina?

Abraço a todos.

Dica de Som: Metállica – Master of Puppets

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quinta-feira, 27 de março de 2008

Pega o Bonde!!!

“Na vida, nada se cria, tudo se copia” ou “na música, o que não se copia, se mistura”, então o que acontece se “misturar, copiar e escrachar”, resultado? Bonde do rolê.
Se você ainda não conhece, assista ao vídeo abaixo, de uma apresentação do grupo em um canal de TV do Reino Unido e tire suas próprias conclusões.




E então? O que achou? Você há de convir que é no mínimo diferente, então antes de entrarmos na discussão sobre o Bonde do rolê, que tal discutir a música em âmbito geral primeiro.

Eu sou uma pessoa que enxerga novidades com muito bons olhos, acredito sim que novas tecnologias podem contribuir para o processo criativo das pessoas, o que gera novas ferramentas e consequentemente novas possibilidades de criação. Antigamente bandas tinham entre seus músicos apenas um guitarrista, um baixista e um baterista, o “power trio”, hoje em dia a presença de um DJ é tão comum, que podemos dizer existir a “power quadra”, isso quando um DJ sozinho não é responsável pela sonoridade inteira de uma banda.

Fazem parte dessa evolução as diversas nuances rítmicas que aparecem e crescem com o passar do tempo, novos ritmos e sons são gerados a partir de aparatos técnológicos ou através da junção e mistura de ritmos e tendências.
Exemplos: Metal + Rap = New Metal, Rap + Pop = Hip Hop, Hip Hop + Samba = Marcelo D2, Rock + Trance = Infected Mushroom, Hardcore + Forró = Raimundos, Forró + Música brega = Calypso, Funk + Putaria = Mc Serginho, a lista é enorme e os exemplos intermináveis, até chegarmos à mistura inédita até então de Funk + Rock = Bonde do rolê.

O Bonde do rolê começou como um trio cutitibano de 2 Dj´s e uma vocalista, fazendo uma mistura de samplers de rock e batidas típicas do funk carioca, com letras despojadas e politicamente incorretas. O grupo que foi criado em meados de 2005 alcançou notoriedade através do Myspace, obtendo reconhecimento fora do país e fazendo turnês por toda a Europa, Estados Unidos e Canadá. Dizem por ai que o Bonde do rolê é a vingança brasileira, pois depois de importar tanto lixo cultural vindo desses países, chegou a nossa vez de exportar nosso “lixo” para eles. Porém como toda banda de ascensão rápida, os problemas e o relacionamento desgastado entre os componentes causaram um racha no grupo, fazendo com que a vocalista Marina abandonasse o Bonde, cargo que foi logo ocupado por duas novas vocalistas escolhidas em um programa da MTV Brasil.

Por que você escuta música? Em minha opinião, música não necessariamente precisa ter cunho político, ou gerar reflexão, música tem que divertir, nos fazer sorrir e dançar, e como não sorrir ao ouvir “as potrancas salafrárias esbanjando saúde”, uma das muitas celebres frases cantadas aos berros pela turma do Bonde. Realmente nunca pensei que riffs de Alice in Chains combinariam tanto com o batidão carioca em “Melo do tabaco”, ou que a “Dança do zumbi” é uma crítica velada e bem humorada da juventude inconseqüente de nosso país.

Finalizando, O Bonde do rolê é uma piada musical, capaz de nos divertir e provar mais uma vez que com um toque de criatividade e competência, misturas e cópias podem ganhar uma nova roupagem e conquistar fãs mundo afora, se terão vida longa? Provavelmente não, a não ser que descubram novas formas de contarem as mesmas piadas.

E você? Acredita que novidades estão diretamente ligadas á misturas? Ou ainda é possível produzir e criar coisas totalmente novas? Abraço a todos.

Dica de som: Bonde do rolê – With lasers.

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terça-feira, 25 de março de 2008

100 anos de paixão

25 de março de 2008, no dia de hoje o Clube Atlético Mineiro, completa 100 anos de vida, história que se confunde com o crescimento de Belo Horizonte, time de tradição, primeiro Campeão Brasileiro da história, time que mais vezes levantou a taça de Campeão Mineiro, agremiação com milhões de torcedores espalhados Brasil afora, torcida apaixonada, reconhecida por toda o país como uma das mais vibrantes e apaixonadas. São poucos os times, agremiações, clubes, empresas ou marcas, que chegam aos 100 anos de história com uma base tão sólida de fiéis seguidores e que mesmo diante das dificuldades (não são poucas) vestem com fervor o manto alvinegro e enchem o peito pra gritar GALO!!!



Confesso que apesar de ser um torcedor apaixonado pelo Galo, fiquei surpreso com o fanatismo da torcida, Belo Horizonte acordou com um ar diferente, muitos viraram a noite comemorando a expressiva data. Diversos bares, alguns pontos tradicionais da capital e a sede do Atlético foram tomados por uma multidão preto e branca que não tinha o menor pudor de demonstrar seu carinho pelo Clube, segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de três mil pessoas passaram a noite em frente a sede em Lourdes, isso por que era uma segunda-feira hein!!! Será que ninguém trabalha?

Também me impressionou o espaço dedicado ao Galo em todos os meios de comunicação do Brasil, o programa “Bem amigos” apresentado por Galvão Bueno, no canal Sportv, teve a presença de Èder Aleixo (o bomba), um dos grandes ídolos da história centenária, o Esporte Espetacular de domingo, da TV Globo, exibiu uma reportagem especial sobre os 100 anos do Clube, às 7 horas da manhã de hoje, o Bom dia Brasil, noticiava como tinha sido a festa madrugada a dentro da torcida Atleticana em Belo Horizonte, portais da internet como a globo.com e o Terra exibiam em suas páginas principais reportagens especiais sobre o centenário, a rádio Itatiaia acompanhou todas as comemorações (missa, homenagem aos fundadores, entre outros) de perto, jornais impressos como Estado de Minas, Super e Hoje em Dia, destacam em encartes especiais a grandiosidade do Clube Atlético Mineiro, sem contar as homenagens já esperadas dos programas diários de TV, Globo Esporte e Alterosa Esporte.

No meu translado de casa para o trabalho, contei exatamente 11 pessoas com a camisa Atleticana na rua, e olha que eu moro a apenas 7 minutos de carro do meu serviço, não vejo a hora de ir embora pra casa e poder vestir a minha também, toda essa paixão é realmente contagiante e é impossível passar despercebido.

Lembro-me quando criança, acompanhar jogos do Atlético via TV ou rádio eram um programa certo nas noites de quarta-feira e nas tardes de domingo, os gritos de Galo pela janela a cada gol marcado eram impossíveis de ser evitado, mesmo quando vizinhos reclamavam da bagunça já tarde da noite, porém era algo que vinha de dentro, não dava pra evitar, eu tinha que colocar aquela alegria pra fora e melhor ainda era escutar diversos outros gritos que ecoavam de outras janelas, pessoas que assim como eu, não agüentavam guardar aquele sentimento para elas e tinham que se expressar de alguma forma.

Em nosso país, com todas as dificuldades, violência, falta de respeito com o cidadão, entre tantos outros problemas, o futebol acaba se tornando a válvula de escape mais popular, ainda bem que essa válvula existe pra suprir nossas carências, senão estaríamos perdidos.

Enfim, não pude deixar essa data passar despercebida e reservei alguns minutos para fazer essa singela homenagem ao meu time de coração. Todos os contratempos de torcer pelo Atlético, só nos fazem torcedores cada vez mais apaixonados.
Só me resta agradecer a Dadá Maravilha, Luisinho, João Leite, Éder Aleixo, Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Procópio Cardoso, Reinaldo, Guilherme, Marques, Telê Santana (o mestre), entre outros, por tornarem esse time grandioso, mas o mérito maior é da grande massa Atleticana, por tornar esse time apaixonante e como dizia Roberto Drummod "Que me perdoem os que possuem só títulos, claro que são importantes, mas nós temos uma paixão".



Viva o Galo, viva a torcida Atleticana, parabéns Clube Atlético Mineiro pelos 100 anos de glória. GALO!!!!!!!!!!!!!

Dica de som: Hino do Clube Atlético Mineiro.

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segunda-feira, 17 de março de 2008

Eu, tu, eles S/A

Qual seu relacionamento com novas tecnologias? Quais meios você utiliza para encontrar novidades? Qual sua maior fonte de informação? Você imagina sua vida sem internet daqui pra frente? Pois é, eu também não. Quem diria que os nerds de ontem iriam estar em tal posição de destaque nos dias de hoje, haja visto um dos homens mais ricos do mundo, quem nunca ouviu falar de Bill Gates!!!

O que quero abordar neste post não é o impacto geral dessas novas tecnologias em nossas vidas, mesmo por que eu gastaria dias pra escrever o que penso, mas gostaria que você refletisse comigo, a maneira como lidamos com o fluxo de informações que recebemos todos os dias, com a convergência de todas as mídias, não seria isso, muito para nossa cabeça?
“Nossa tecnologia passou á frente de nosso entendimento, e a nossa inteligência se desenvolveu mais do que nossa sabedoria”, escreveu, Roger Revelle, um dos primeiros cientistas a investigar o aquecimento global. O que será que este cientista quis dizer com essa afirmativa? Será que estamos criando monstros? Será que estamos criando mecanismos de propagação de informação que nós mesmos seremos incapazes de controlá-los no futuro? Realmente não duvido que isso possa vir a acontecer.

Então nos vemos diante de duas situações, iremos nós correr atrás de constantes atualizações, afim de não perder o bonde da tecnologia e conseguirmos posição confortável profissionalmente ou será que esse “boom” da informação ficará saturado e a moda será voltar as origens? Quantas perguntas hein! E ninguém tem as respostas, pelo menos não por enquanto.
Uma coisa é notória, o avanço da tecnologia e a disseminação das informações, tornam as pessoas mais críticas e consequentemente mais empreendedoras, pense comigo que um garoto de 16 anos, que goste de um assunto em específico e que através desse assunto ele crie uma rede de interessados pelo mesmo tema, que este networking possa tomar proporções cada vez maiores, que este garoto passe a disponibilizar algum tipo de serviço ou produto relacionado a este assunto, resumindo, temos ai um novo empreendedor, capaz de gerar receita sem sequer sair de casa.

Esta semana li um artigo que saiu no “visão do empreendedor” do Sebrae/RJ, cujo o título era “As empresas Brasileiras no ano de 2050”, e dentre os vários argumentos do autor estão o de que o ensino, passará a estimular o espírito empreendedor e não a preparação para o emprego qualificado, ou seja, vamos todos produzir e não simplesmente aprender um ofício e com a burocracia e legislação simplificados a tendência é que tenhamos dezenas de milhões de empresas unipessoais e quase todas virtuais. Caramba, você já parou pra pensar nisso? Acha que este será realmente o rumo que as coisas irão tomar daqui pra frente? Um exemplo. Lembra das grandes e poderosas corporações musicais, as chamadas “gravadoras”? Pois é, Universal, Warner entre tantas outras, estão com os dias contados, pelo menos no segmento musical, sabe por que? Hoje em dia cada banda é sua própria empresa e o suporte de promoção, divulgação e produção fornecido pelas gravadoras não mais se faz necessário, cada artista é capaz de gerir, sustentar e divulgar seu próprio trabalho, fazendo um paralelo com um jargão que ouvi uma vez, “Cada um é seu país”, hoje podemos dizer que “Cada um é sua empresa”, ou seja, cada um é capaz de escolher como, com quem, onde e com qual finalidade vai se relacionar com o mundo exterior, fazendo com que essa relação seja lucrativa em termos financeiros ou não, ferramentas é que não faltam pra isso. Enfim, que tal finalizar com perguntas? Rs. Que tipo de empresa é você, você tem algum conteúdo, produto ou serviço capaz de se auto-gerir? Que tal montar uma linha de produção de idéias, ahahaha.

Abraço a todos.

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Tuntz....Tuntz....Tuntz....Tuntz....

Reconheceu essa palavra? Ou ela simplesmente se transformou em um som ao lê-la repetidamente? Transformou-se em um som ou em um ritmo? Em ritmo de música eletrônica talvez? Aliás, isso é uma palavra?

Pois é, para muitos esse “som” poderia ser a essência da música eletrônica, tudo provém dele e muitos ao analisarem superficialmente ou mesmo ao ouvirem sem muito prestar atenção, podem pensar que música eletrônica não vai muito além de alguns Tuntz...Tuntz... Ok, vamos pensar por outro lado então, não seria o rock apenas um conjunto de riffs de guitarras distorcidas? Não seria o sertanejo apenas as lamúrias de uma dor de cotovelo? O funk, ritmo feito pra mexer a bunda e falar putaria? Ou o axé, músicas programadas para determinado tipo de coreografia pré-montada? Claro que não vou entrar nos méritos de gosto ou preferências pessoais, mas é claro que existem inúmeras diferenças entre todos os ritmos e aquela frase: “Pra mim é tudo igual”, só expressa a falta de interesse em conhecer melhor determinado ritmo e suas variáveis, coisa que tento evitar por mais que tal ritmo não venha a me agradar.

Pois bem, a cada dia que passa percebo as inúmeras variações dos Tuntz... Tuntz... por ai, o suficiente para notar que já existem vários experts no assunto, os pseudo-intelectuais do eletrônico, ou seja, pessoas que se baseiam em suas preferências pessoais para julgar o que é bom ou o que não presta, baseado em nada mais que sua opinião própria. Por que estou falando isso? Deixe-me tentar explicar.

Em meu ultimo post, publiquei uma reportagem feita por mim há alguns meses atrás, onde relato minhas percepções, e experiências sobre festas de música eletrônica, tudo sob o meu ponto de vista, quero deixar bem claro que é sobre o MEU ponto de vista, sem querer generalizar. Onde abordei entre outras coisas as drogas, o público, a estrutura e superficialmente a música.
Na véspera de todas as festas, costumo entrar em comunidades dos eventos nos sites de relacionamento, a fim de obter mais informações sobre a festa, bem como ler os comentários e expectativas dos demais participantes com relação ao evento. É impressionante como as pessoas gostam de reclamar, percebe-se claramente que existem várias vertentes na música eletrônica, haja visto, que cerca de 15 djs são responsáveis por animar a galera em toda grande festa, o que prova a diversidade de estilos, porém o que o pessoal mais gosta de fazer é reclamar da ausência de tal Dj ou da presença de um outro, mais uma vez, cada um fazendo as colocações e reclamações baseados em suas preferências pessoais.

Bem, como comentei no post anterior, esta semana aconteceu outro grande evento de música eletrônica em BH, o Chemical Music Fest, evento que contava com duas tendas distintas, uma destinada ao electro, tecnho e minimal, com atrações como Tim Healey e Ferry Costen e a outra tenda ao trance progressivo e psy-trance, tendo entre outras atrações Astrix e Skazi.
Como sempre a festa contou com uma boa estrutura, vários banheiros, enfermaria, praça de alimentação, porém mais uma vez o bolso pesou. Pense comigo, 50 reais de ingresso, 15 reais de estacionamento, 3 reais por uma água, 4 reais pela cerveja. Então? Com qual freqüência da pra encarar uma festa dessa? Realmente é bastante puxado, o que reforça o estigma de festa para playboys e patricinhas, mas enfim, somente mais um rótulo que não serve pra nada. Por fim, destaque para apresentação do Dj Skazi, criticado pela grande maioria por ter se popularizado demais, teve uma apresentação concisa e pôs a galera pra dançar, bem como áudio x e astrix, percepções pessoais minhas? Acho que sim, porém prefiro me limitar em comentar o que gostei á criticar o que não me agradou, mesmo por que não sou nenhum pseudo-intelectual do trance, ehehehe.

E as drogas? Como sempre estavam lá, porém pessoas que nunca tinham ido a festas desse tipo e que não usam nenhum tipo de droga também estavam lá marcando presença e os relatos foram os mais positivos possíveis, e então? São as festas de música eletrônica, alvo de preconceito de pessoas que falam sem conhecer? Acho que sim. E você? Que tal experimentar essa “droga” de ficar careta? Acho que você vai gostar.. Abraços....

Dica de Som: Astrix – Sex Style.

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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Vamos ao Trance?

Uma nova tendência vem ganhando espaço entre jovens de diversas capitais brasileiras, festas de música eletrônica já fazem parte do calendário oficial de baladas, drogas são o combustível de festas que chegam a durar mais de 24 horas.



Sábado três horas da manhã, o despertador começa a tocar, Juliana dá um pulo da cama, ela mal dormiu essa noite tamanha era a ansiedade. Um banho demorado, lápis nos olhos, short curto, blusinha tomara que caia, bota de veludo, cabelos presos com a tatuagem de uma borboleta a mostra no pescoço, quase tudo pronto, só faltam meia dúzia de pulseiras e o óculos “Style” para fechar o visual. O relógio já marca quatro horas da manhã, o amigo Lucas já deve estar a caminho para pegá-la.
A mãe ainda sonolenta acorda com o barulho vindo do quarto da filha de 19 anos.

- Que barulhada é essa?
- To saindo mãe, o Lucas deve chegar em 5 minutos para me pegar.
- Mas a essa hora? Ninguém sai de casa neste horário.

Muitos realmente não saem de casa a esta hora, eles já estão na rua. Tiago e mais três amigos de faculdade estão tomando uma cervejinha no postinho 24 horas da Avenida Brasil, eles a pouco saíram de uma festa em uma boate da Savassi, mas ir para casa não está nos planos de nenhum deles, os ingressos já estão na mão, só falta comprar o maço de cigarros, o chicletes e a última cerveja pra ir tomando no caminho.

- Ficar de boca seca nos 30 minutos de viagem daqui até lá não rola né.
- E as paradas?
- Combinei de pegar com o Marquito lá na porta, tem erro não.

Marquito é um jovem de 22 anos, estudante universitário, mora em um bairro de classe média alta de Belo Horizonte, possui uma vasta rede de amizades, dirige carro do ano e é muito requisitado entre as garotas. Ele mal dormiu essa noite também, o telefone não parou de tocar um segundo, ele precisa chegar mais cedo ao local, pois combinou de encontrar muita gente na porta. A camiseta regata combina com o corpo malhado e deixa as tatuagens á mostra, são duas, um dragão no braço direito e um tribal no braço esquerdo, uma bermuda confortável e um chapéu estilo cowboy dão fim a produção do rapaz, só falta pegar a mochila com as encomendas e tomar o caminho da festa.

- Esta trance vai ser a melhor, os Dj´s são demais e a decoração do lugar também promete, sem contar que vai estar cheio de gatinhas.

Trance? Este é o mais novo estilo de música eletrônica que vem conquistando os jovens das principais cidades do Brasil e que tem Belo Horizonte como um de seus grandes expoentes. O estilo nasceu nas praias de Goa, na Índia. Os maiores astros vêm de Israel. As festas geralmente acontecem em lugares mais afastados das cidades, e não dentro de galpões fechados, o ambiente a céu aberto e em lugares paradisíacos promove o encontro dos participantes com a natureza. Festas de grande porte costumam acontecer na capital mineira de mês em mês, o ingresso gira em torno de R$40 a R$50 reais, vários DJ´s embalam as festas que chegam a ter mais de 24 horas de duração. Os eventos costumam contar com superprodução, organizadores investem pesado na decoração e na contratação de artistas circenses para alegrar e entreter o público. A Trance da vez ocorrerá em um condomínio localizado a cerca de 30 minutos do centro da cidade e cerca de 7 mil pessoas são aguardadas no evento.



Festas reúnem milhares de pessoas em ambientes ao ar livre







O relógio marca 5 horas da manhã, Juliana acompanhada do amigo Lucas e mais três amigas chegam ao estacionamento do local. O Movimento já é grande, a festa começou por volta de meia noite, mas o público chega em peso entre 4 e 6 horas da manhã.

- Pelo menos o estacionamento é de graça, sobra mais grana para a água.
- Você não consegue ficar sem sua água né Lucas.
- Claro, é o que me ajuda a agüentar o tranco.

Água? Para agüentar o tranco? Em eventos desse gênero o consumo de água é maior do que o de cerveja, refrigerantes e demais bebidas. A demanda é tanta que o valor pago por uma garrafinha de 500 ml de água são os mesmos R$3 reais pagos por uma latinha de cerveja, porém bem mais barato que os R$9 reais pagos pela dose de Vodka.

Tiago e os amigos chegam eufóricos ao local do evento, de longe ele avista Marquito, com quem falara ao telefone minutos atrás, o valor de 100 reais pelas encomendas já está no bolso, os dois se conhecem de diversas festas de música eletrônica no passado, se cumprimentam e em 2 minutos fazem negócio.

- Ta ai, as balas que você me pediu. São 4 no total, 25 reais cada.
- Essas são boas né?
- As melhores, o nome é Passarinho verde, no final da festa você me conta como foi.

Bala? Passarinho Verde? Em festas de música eletrônica as principais drogas ingeridas pelo público são as sintéticas Ecstasy e Lsd, mais conhecidas como bala e doce respectivamente. Vendida em pílulas de diversas cores, tamanhos e formatos, a “bala” em muito se assemelha a um típico remédio para dor de cabeça. Não tem o forte cheiro de um cigarro de maconha e nem exige um ritual para ser consumida, como a cocaína. Por isso é mais discreta e fácil de esconder da polícia. Os responsáveis pelo comércio da droga geralmente são jovens de classe média, a não proximidade dos morros atrai outros jovens de classe média, que acham menos perigoso pegar a bala com o amigo de faculdade ao invés de correr o risco de subir a favela à procura de outras drogas.

O dia começa a amanhecer, parece que o sol ficará tímido durante todo o domingo, o tempo nublado deixa o clima mais fresco, e se torna um aliado dos “tranceiros”, que por ali ficarão durante muito tempo. Não existe muito empurra-empurra para entrar na festa, os públicos femininos e masculinos se dividem na entrada, após uma breve revista dos seguranças Juliana já está dentro do local, essa promete ser uma das melhores Trances de que ela já participou. O lugar já está cheio, do lado esquerdo, o palco em formato de uma pirâmide de cerca de 20 metros de altura chama atenção, do lado direito, um bosque cheio de árvores, cores e mais cores fazem parte da decoração, parece um lugar encantado que tem a Lagoa dos Ingleses ao fundo dando o toque final. Juliana está super feliz, ela combinou de encontrar várias amigas no local, a música já é alta e excitante, uma rápida passada no banheiro e ela já está pronta para se acabar na pista de dança.



Os organizadores não economizam em cores para a decoração








Tiago e os amigos também já estão dentro da festa, as 4 balas compradas com Marquito já foram divididas, uma para cada um, os quatro amigos tomam as drogas ao mesmo tempo.


- É só colocar na boca e engolir.
- Credo, essa coisa é muito amarga, pior que novalgina.
- Daqui a uns 30 minutos agente não vai sentir mais nada.

Criado em laboratório em 1914, o ecstasy é parente das anfetaminas, drogas presentes em vários remédios para emagrecer. É uma droga moderna sintetizada, cujo efeito na fisiologia humana é o bloqueio da reabsorção da serotonina, dopamina e noradrenalina no cérebro, causando euforia, sensação de bem-estar, alterações da percepção sensorial do consumidor e grande perda de líquidos, o que explica o consumo excessivo de água pelos frequentadores das Trances. As alterações ao nível do tacto promovem o contacto físico, embora não tenha propriedades afrodisíacas, como se pensa.


As Balas estão entre as drogas mais consumidas nas festas.


A esse ponto Tiago e os amigos ja estão em total euforia, o sorriso estampado no rosto de cada um é o sinal de que a droga ja fez efeito, nenhum deles consegue ficar parado por um instante, a música incessante dita o ritmo, e eles não estão sozinhos, a multidão vai a loucura quando o principal Dj do dia sobe ao palco, a poeira do chão toma conta do lugar, como uma espécie de nuvem, devido a agitação do público.

- Caramba cara, eu tô muito doido.
- Que sensação boa, nao consigo parar.
- É meu amigo, se continuarmos nesse ritmo, só vamos embora amanhã mesmo.
- Pena que não rola de chegar nas gatinhas.
- Pode crer, ninguém dá idéia.


A lucidez era o que chamava a atenção de Tiago, a consiência das alterações no corpo faziam com que ele se sentisse no comando. E por ali eles ficaram durante horas, com uma garrafa de água em uma mão, e o cigarro em outra, Tiago a muito não se sentia tão feliz, porém após algum tempo seu corpo ja não era o mesmo, o relógio marcava 1 hora da tarde, ele estava na rua desde as 11 horas da noite do dia anterior, e nem sequer lembrava qual fora a última vez em que houvera se alimentado. Aos poucos a euforia foi dando lugar a fraqueza, ele se sentia tonto e as pernas começavam a bambiar.

- Véi, não estou me sentido muito bem.
- O que houve?
- Não sei, to sentindo uma fraqueza, acho que vou desmaiar.
- Segura a onda ai que vou te levar na enfermaria.


Ao chegar na enfermaria Tiago foi prontamente atendido pela equipe de primeiros socorros do evento, uma tenda montada para dar suporte médico ao públibo que contava com oito macas, 1 médico e cerca de 5 enfermeiros. Após tirar a pressão e fazer algumas perguntas o diagnóstico do médico já estava pronto.

- Qual foi a última vez em que você se alimentou?
- Nem me lembro Doutor.
- Você teve uma baixa de pressão, vai precisar se alimentar e ficar de repouso durante um tempo.

Segundo o médico responsável pela enfermaria do evento, esse tipo de atendimento é o mais comum, pessoas ficam muito tempo sem se alimentar e gastando muita energia, o que em alguns casos chega a causar uma queda brusca de pressão. A enfermaria ja tinha atendido cerca de 50 pessoas que não se sentiram bem no dia, duas delas tiveram que ser removidas para o Hospital pois estavam com princípio de Taquicardia, devido ao aumento dos batimentos cardíacos.
As muitas horas sem se alimentar decretaram o fim da festa para Tiago, após comprar e comer uma pequena porção de macarrão por R$7 reais, ele passou o resto da festa repousando em uma das macas da enfermaria, enquanto os amigos ainda curtiam lá fora.

- Essa Merda que o Marquito me vendeu é que me detonou.
- Daqui a pouco ele deve aparecer aqui na enfermaria também passando mal.
- Que nada, vi o Marquito agora a pouco la fora, neguinho tava viajando, só andando de bicicleta.

Andando de Bicicleta? Marquito não tomou nem uma bala dessa vez, ele resolveu experimentar uma droga diferente, a bike 500, é o nome do mais novo tipo de Doce(Lsd) disponível no mercado. Por isso “andar de bicicleta” já virou termo comum entre os simpatizantes da droga. Todas as encomendas foram vendidas, o dinheiro investido para a festa foi recuperado com louvor, Marquito agora não só tinha dinheiro pra sustentar o vício, como também pra colaborar com os amigos. A festa estava demais, logo ao entrar Marquito ingeriu ¼ da droga para aquecer os motores, poucos minutos depois tamanha era a ansiedade ele ingeriu o restante, e não satisfeito ingeriu uma segunda dose. Os efeitos do Lsd variam conforme a personalidade da pessoa, o contexto (ambiente) e a qualidade do produto, podendo ser agradáveis ou muito desagradáveis. O LSD pode provocar ilusões, alucinações (auditivas e visuais), grande sensibilidade sensorial (cores mais brilhantes, percepção de sons imperceptíveis), sinestesias, experiências místicas, flashbacks, paranóia, alteração da noção temporal e espacial, confusão, pensamento desordenado, sentimento de bem-estar, experiências de êxtase, euforia alternada com angústia, pânico, ansiedade,depressão, dificuldade de concentração, perturbações da memória, psicose por “má viagem”. Poderão ainda ocorrer náuseas, dilatação das pupilas, aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, debilidade corporal, sonolência, aumento da temperatura corporal.
A ingestão de dois “Doces” em nada assustava Marquito, que se lembra de em uma festa anterior ter tomado quatro balas.

- Fiquei doidão demais, mas foi de boa.

O ritmo cadenciado da música aliado ao efeito da droga faziam com que Marquito alterasse seu humor diversas vezes, alternando momentos de euforia e de inquietação, a temperatura do corpo estava visivelmente alta, garrafas de água eram consumidas sem parar. Por alguns minutos ele se sentiu distante e permaneceu em silêncio, a “ausência” do amigo causou estranheza entre os colegas que foram perguntar se estava tudo bem.

- Ta de boa ai Marquito?
- Véi, o que foi isso! Viajei demais. Me senti como se eu estivesse fora de mim, e não conseguia voltar mais, uma sensação ruim, eu queria voltar pra dentro do meu corpo e não conseguia. Ufa, ainda bem que passou.
- Relaxa brother, vamos sentar um pouco que rapidinho a “nóia” passa.

A experiência de certa forma assustou Marquito, que percebeu seus exageros, e ficou o resto da festa com um ar de preocupação, nem de longe lembrava o Marquito animado de sempre.
8 horas da noite, hora de ir embora, Juliana não aguenta mais suas pernas, ela dançou como a tempos não dançava. Os amigos reunidos, música empolgante, ambiente paradisíaco, nem uma confusão ou briga foi presenciada pela garota que vai embora pra casa com o sentimento de dever cumprido.


- Há tempos não me divertia tanto, mau posso esperar até a próxima Trance, so preciso descansar um pouco por que o dia foi agitado.

Enfim, o movimento Trance no Brasil é considerado por muitos um novo modismo, porém indepedente de estar na moda ou não prova ter força e popularidade para durar anos. Afinal, esse gênero emergente abriga diversas tribos e tem a luz do sol como iluminação durante o dia e as estrelas durante a noite.



*Os nomes dos personagens dessa reportagem foram trocados para preservar a imagem dos mesmos.


-------- Essa reportagem foi feita no final de 2007, ou seja, muitas coisas mudaram de lá pra cá, na proxima semana um outro evento de grande porte acontecerá em BH, o Chemical music fest, mais uma vez vou estar presente e no próximo post pretendo discorrer sobre minhas percepções sobre a festa e quem sabe até traçar um paralelo entre os grandes eventos do momento e as festas de 1 ano atrás. Abraço.

Dica de Som: Party Generation - Talamasca

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Potenciais ídolos!!!

O que é ser fã?
Idolatrar alguem? Querer ser aquela pessoa? Ter inveja?
Fã vem de fanatismo? O que nos leva a tornarmos um fã? O quão somos fanáticos por algo ou alguém?

Bom, eu prefiro entender fã, como alguém que admira e/ou respeita o trabalho de determinado artista, ou em outro nível, sintetizando, alguém que admira alguma coisa.
É bom ser fã? Eu acredito que sim, pelo simples fato de ser bom gostar de algo, ter aquilo como referência. É engraçado como o tempo distorce nossas percepções de fanatismo e "heróis" vêm e vão á medida em que vamos amadurecendo e conhecendo coisas novas. Nossas preferências são voláteis e mudam com o tempo, engraçado né!!! Porém algumas coisas sempre continuam lá e nem o tempo com todo seu poder de transformação consegue mudar, que bom que é assim, já imaginou se fossemos uma pessoa diferente a cada novo ano? Enfim, não quero entrar em nenhum tipo de discussão de cunho filosófico, quero apenas relatar minhas experiências "fanáticas" recentes, entre aspas por que eu acho o termo "fanático" muito pesado, pois em alguns casos o fanatismo extrapola a razão, mas esse não é meu caso e tenho certeza que não é o seu também.

Sou fã de música e tenho no Rock o meu referencial maior, pelo fato de ser o gênero musical no qual eu mais me identifico, ou seja, sou fã de Rock, e apesar de flertar com outros estilos, nem mesmo as imposições do tempo, foram capaz de mudar esta minha concepção.
Da mesma forma como nós "fãs", temos nossas percepções e nossas preferências alteradas com o decorrer do tempo, o mesmo ocorre com os artistas, um processo de amadurecimento natural e que as vezes determina caminhos distintos e rumos diferentes na carreira, angariando novos fãs e talvez perdendo alguns.
Sempre tive uma simpatia muito grande pelo Udora, banda que se chamava Diesel nos primórdios. Fui apresentado á eles por um amigo de escola que fazia aulas de bateria com o Jean Dolabella(atual Sepultura) até então baterista do Diesel, ele me emprestou o Cd e me convidou para ir assistir a uma apresentação gratuita deles, que ocorreria em praça pública, em comemoração ao dia mundial do rock. Convidei alguns amigos que tinham gostos parecidos ao meu e fomos conferir a apresentação. Me surpreendi ao ver que uma banda independente e com pouco tempo de estrada já possuia uma base sólida de fãs, que se apertavam para ficar próximos ao palco e que cantavam com desenvoltura as letras em inglês. Resultado, me tornei um admirador também e passei a acompanhar o trabalho deles.
Por que o Diesel me chamou a atenção? Claro que é uma soma de fatores, em primeiro lugar, o poder da música deles era muito grande, o Rock de forte pegada, com guitarras distorcidas, melodias consistentes e letras contundentes, era de grande impacto, as referências ao grunge também me chamaram muito a atenção, pelo fato de ser o movimento responsável pela minha iniciação na música e em muito me lembrava bandas como Nirvana, Pearl Jam entre outros. Porém a identidade própria, única, aliada a uma boa presença de palco, visual e atitude diferenciados, faziam com que aqueles quatro rapazes de Belo Horizonte se tornassem fortes candidatos a alcançarem o posto de grandes representantes do Rock pesado brasileiro no exterior, seguindo os passos dos conterrâneos do Sepultura.
A afirmação do Diesel como um dos grandes expoentes da música pesada no Brasil parecia ser questão de tempo, a primeira colocação no concurso "Escalada do Rock" proporcionou a oportunidade do quarteto mineiro de tocar no Rock in Rio 3, dividindo palco com Deftones, Silverchair e Red hot Chili Peppers. Aquilo me enchia de orgulho, eu torcia por eles não só pela afinidade musical, eu me identificava também pelo fato de ser uma banda da minha cidade e que poderia alcançar o mundo, o que abacou não ocorrendo. Passado algum tempo e após enfrentar uma temporada de cerca de 5 anos nos Eua, terem mudado de nome, integrantes e estilo, o antigo Diesel, atual Udora continua trilhando o caminho da música alternativa, á procura ou não dos holofotes, definitivamente mais maduros e completamente em rumos diferentes.
O som até então mais pesado, deu espaço ao pop rock convencional, comercial e que não traz grande diferença e nem acrescenta muito ao que ouvimos nas rádios hoje em dia, as letras em inglês deram espaço para a lingua pátria e a admiração que eu tinha por aquela banda foi diminuindo, culminando na última apresentação deles que pude conferir na última semana.
A Banda que se destacava pela identidade única, que não tocava covers e que agitava a galera parecia não estar mais ali, no repertório, apenas músicas mais recentes, nada das poderosas canções "burn my hand", "drain" e "4d" da época do diesel, e nem tão pouco "phantom limb" ou da emplogante "Beaultiful Game", ja da fase mais recente do Udora, em troca, covers de Tears for Fears, The Police e Oasis. Uma pena, a banda que agora toma novos caminhos, não me agrada mais e o sentimento que eu tive era de que a grande maioria das pessoas que estavam ali naquele momento, também achavam o mesmo.
Bom, essa é apenas a minha opinião, a solução? Procurar novas bandas que despertem em mim alguma sensação diferente, novos potenciais ídolos.

Será que isso é comum? quantos ídolos você ja teve na vida? Sem contar Pai, mãe e compania...
A impressão que tenho é de que sempre estamos a procura de novos ídolos, que possam nos despertar o desejo de novas conquistas e que sirvam de referencial. Um ídolo que me chamou a atenção neste fim de semana foi de uma outra área, da qual também sou fã, o futebol, o ídolo? Marques, atacante do Galo Mineiro de 35 anos, cujo a trajetória profissional se confunde com a do meu time de coração, e o carisma? Quanto carisma, é impressionante o tamanho da identificação da massa atleticana com esse jogador. Já eram jogados 15 minutos do segundo tempo, o público de 25 mil pessoas cantava em coro "Olê Marquês, Olê Marques", o técnico Geninho dá as últimas intruções para o xodó atleticano antes de coloca-lo em campo, a torcida emplogada não tira os olhos da lateral do gramado, ansiosos para que a substituição ocorra logo e que o resultado de 0 x 0, contra o modesto Social de Coronel Fabriciano se transforme em uma possível goleada. Até que, tomado de emplogação, distraído, gritando o nome do meu ídolo, percebo que algo diferente acontecia no campo, os gritos de "Olê Marquês" vão se calando aos poucos, vejo o goleiro do Atlético buscando a bola dentro do gol, do gol? "foi gol"? pergunto ao lado, "parece que foi" me respondem torcedores que como eu não sabiam o que tinha acontecido, cadê o replay?.... 1 x 0 para o social, parece brincadeira, mas acredito que metade do estádio prestava atenção na beirada do campo e perdera o belo gol feito pelo time adversário, gol este que decretou a derrota de nosso time e que nem nosso ídolo Marques, foi capaz de reverter. Mais uma derrota. E ai, existe solução? É tão fácil procurar um novo time para torcer, como uma nova banda para ouvir? Acho que não, estou fadado a torcer para o mesmo time até o fim da vida, e esperar que novos potenciais ídolos possam surgir. Se eu não estivesse acostumado com isso (os cruzeirenses que não vejam isto aqui), eu teria ficado mais chateado.

Resolvi então ir ao teatro, assistir uma peça de outros ídolos, não meus, mas de muita gente por ai. O nome da peça é Chico Rosa, um diálogo musical numa mesa de bar, entre Noel Rosa e Chico Buarque, encontro inusitado, pois Noel faleceu 7 anos antes de Chico nascer. Dois sambistas de marca maior, muito bem cantados e interpretados pelos atores Luiz Rocha e Ricardo Nazar, o resultado? O grande teatro do palácio das artes lotado, no repertório, samba, muito samba e muito sono. Sei que fãs de Chico e Noel deveriam estar estaziados ao presenciar aquele encontro lúdico, mas eu, apesar de respeita-los como exímios artistas e sei que o são, quase durmi dentro do teatro, ser fã deles, acho que não.

Finalizando, todos nós somos fãs de algo na vida, alguns ídolos, com o tempo, deixarão de ser, outros continuarão sendo, mesmo que lutemos contra, enquanto alguns nunca serão, por mais que possamos respeitar. Mas uma coisa é certa, ter ídolos é muito bom, desde que entendamos que nossos ídolos também são seres humanos como qualquer outro, capazes de errar ou acertar.

E você, qual o seu potencial ídolo?

Dica de som: Udora - Liberty Square
Dica de filme: Efeito Borboleta

Abraços.

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