quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ditadura da beleza

O que caracteriza uma pessoa como bela? Corpo esguio, olhos e cabelos claros, pele sedosa, cabelos esvoaçantes? Ou seria uma pele escura, olhos negros, cabelo crespo e pernas e braços rijos? Ou quem sabe, uma pessoa inteligente, sábia, sensata e de bom humor? Bom, já deu para perceber que são inúmeras as belezas existentes, mas será que beleza põe mesa?

Ditadura é o regime autoritário que está na mão de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, que exercem poderes de maneira absoluta sobre o povo. Quem seria o maior vilão da tal ditadura da beleza então? A mídia? Provavelmente sim, a mídia estipula padrões estéticos pois tem a necessidade de segmentar a sociedade, para a partir dai produzir bens de consumo específicos para cada grupo, facilitando a produção burguesa e gerando mais lucros. Hum, que papo mais revolucionário, definitivamente não é o rumo que quero tomar neste post, porém uma coisa é clara, padrões estéticos sempre existiram e provavelmente nunca deixarão de existir e o tempo é o único capaz de causar grandes transformações, veja o exemplo abaixo:



Com certeza alguns quilinhos a mais eram valorizados no passado, definitivamente o que era bonito antigamente não é o mais bonito hoje, e o que é bonito hoje não será o mais bonito no futuro. Faça um teste, vá até uma banca de revista e observe as inúmeras capas de revistas espalhadas pela banca, Top-models, atores e atrizes, celebridades que são referência de beleza, moda e comportamento, padrões inatingíveis para a maioria da população que enxergam nesses ícones o ponto onde querem chegar. Resultado: Garotas anoréxicas em busca do corpo perfeito, ou da magreza perfeita, garotos anabolizados em busca dos músculos perfeitos e senhoras de idade em busca da juventude eterna. O quão as pessoas estão dispostas a maltratar seu próprio corpo em busca de uma beleza inexistente?

Bom, eu acredito que a beleza está dentro de cada um, ou seja, cada um de nós é bonito pelo simples fato de ser único, ninguém possui as mesmas características das quais eu possuo e isso me torna belo. Ok, isso é papo pra boi dormir você deve estar pensando, deixe-me tentar expressar melhor. A vaidade é muito importante, seja para homens ou mulheres, haja visto o crescimento do mercado estético em todo país, clínicas de estética, massagens, produtos de beleza entre outros, são procurados cada vez mais por pessoas que querem uma aparência melhor, a indústria da beleza esta diretamente ligada à indústria do bem estar, o que é louvável, pois estão percebendo que saúde é sinônimo de beleza.

Então estar saudável, praticar esportes, dormir cedo, alimentar-se bem é garantia de beleza? Não, mas já é um bom começo. Quando digo que a beleza está dentro de cada um, não quero dizer que você necessariamente deve estar satisfeito com sua aparência, mas sim que você pode procurar alternativas que façam com que você se sinta melhor com o que você tem, ou seja, procurar alternativas para que você se sinta bonito, não em comparação ao artista da TV, mas com você mesmo. Exemplo: Dizem por ai que é dos carecas que elas gostam mais, pode até ser verdade, mas te garanto que nenhum homem gosta da tal careca, portanto por que não fazer algo a respeito? Se isso te fará sentir melhor, te trará confiança, por que não? Pare uma garota na rua, por mais que ela esteja em forma, pergunte se ela está satisfeita com seu corpo, ela com certeza lhe dirá que precisa perder pelo menos uns 2 kg, tudo bem, se ela se sentir melhor com 2 kg a menos, tem mais é que correr atrás mesmo, só não precisa perder 10 kg pra ficar parecida com um vara pau.

Finalizando, beleza é um conjunto de características individuais de cada um, que começa pela aparência e termina na forma com que a pessoa se expressa, ou ninguém nunca topou com a famosa “loira” burra por ai? Linda por fora e vazia por dentro. Portanto, acho que todos nós devemos procurar o que nos deixa feliz, correr atrás do que nos faça sentir bem, porém acima de tudo devemos valorizar quem somos, ter amor próprio, pois se não nos amarmos, quem o fará? Bonito isso né... E você, está feliz com o que Deus lhe deu? Acha mais belo um corpo bonito ou uma cabeça pensante? Como dizem por ai, beleza não põe mesa, mas abre o apetite.

Abraço a todos,

Dica de filme: Antes de partir (Morgan Freeman e Jack Nicholson)

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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Geração Vídeo Game

Atari, MSX, Phantom System, Master System, Nintendo, Mega Drive, Super Nintendo, 3DO, Saturno, Playstation 1, 2, 3 e portátil, Xbox, Wii e PC. Ufa, se você assim com eu, faz parte de uma geração que acompanhou a evolução dos vídeo games e também suas rápidas transformações tecnológicas e mutações ao passar dos anos, que tal bater um papo sobre?

Tenho que admitir, vídeo games já foram os culpados por noites sem dormir, má alimentação, péssimas notas na escola, broncas da mãe e da namorada. Tudo isso devido há horas e horas em frente à TV ou monitor, mas eram por boas razões, afinal, passar para a próxima fase, “zerar” esse ou aquele jogo, ganhar um campeonato, vencer uma guerra ou até mesmo conquistar o mundo, são motivos mais do que suficiente, você não acha?

Muitos criticam vídeo games, pois pessoas que gostam dos jogos tendem a se fechar em seu “mundo” imaginário, várias horas em frente à TV ou monitor podem causar algum tipo de problema na vista (nada comprovado), ou a pessoa se torna menos sociável (o que é possível) ou até mesmo deixa de executar atividades de sua vida normal em prol dos joguinhos (fato comum). Mas deve existir algum tipo de benefício nisso, certo? Como fã de vídeo-game, elucidarei meus pontos de vista com relação a esse assunto e você tire suas próprias conclusões.

Fui introduzido a este novo mundo, por volta dos 7 anos de idade, o primeiro console do universo dos games, me foi apresentado por um tio, que tinha o aparelho em casa. Para minha sorte o console sempre dava defeito e meu pai como técnico em eletrônica, era sempre o escolhido para conserta-lo, “maravilha” eu logo pensava, isso significaria que meu pai levaria cerca de 3 dias para consertar a máquina e que a mesma ficaria lá em casa por pelo menos um mês. Jogos como Pitifall, Enduro, River Raid, Heroes, Pac-Man, eram diversão não só para a garotada, mas para toda família, até mesmo minha mãe participava de alguns duelos.

A partir dessa época os games começaram a se incorporar nas brincadeiras infantis e passaram a dividir espaço com as peladinhas na rua, soltar pipa, esconde-esconde, entre outras. Ter o vídeo game da última geração era sinal de poder entre os coleguinhas da rua, semelhante ao ser o “dono da bola”, fato responsável por semear a discórdia e a disputa precoce entre a mulecada. Rs. Menos né!!!

Recentemente uma agência de publicidade da Inglaterra lançou uma campanha institucional do Atari, a fim de reforçar sua importância histórica, conforme foto abaixo:















Achei uma excelente sacada, Clique aqui para ver mais peças da campanha e saber mais detalhes.



Depois da introdução a este novo e promissor universo apresentado pelo Atari, uma série de novas gerações de consoles eram lançados ao longo dos anos, o Phatom System foi minha primeira aquisição, presente dos meus pais, ele foi o primeiro console brasileiro, clone do Nintendo e lançado pela Gradiente no final dos anos 80. Caça Fantasmas, Predador, Ninja Gaiden e diversos outros títulos eram responsáveis pela minha alegria. Porém algum tempo depois, o posto de vídeo game da vez passou a ser ocupado pelo Master System e meu “reinado” como o dono do aparelho de última geração chegava ao fim, posição rapidamente ocupada pelos meus vizinhos que ganharam um Master System de presente, ora bolas, o jeito agora era ser bonzinho com eles para poder disputar algumas partidas de Black Belt, Double Dragon e jogos de verão. Bons tempos.




Como deu pra perceber a evolução dos vídeo games seguem uma ordem cronológica e paralela ao meu crescimento, passando pela minha infância, juventude e chegando até a fase adulta, tenho certeza que essa evolução também acompanhou milhões de garotos e até mesmo garotas de minha geração. Muitas fitas, cartuchos, Cd´s, DVD´s e até Blue Ray´s depois, a indústria dos games tomou proporções gigantescas, para se ter uma idéia, nos 5 primeiros meses de 2007 foram vendidos 5 bilhões de dólares em equipamentos e vídeo games somente nos EUA, uma alta de 47% com relação ao mesmo período de 2006, segundo pesquisas do instituto NPD.

Hoje em dia, filmes de Hollywood fatalmente têm suas versões em games, bandas e artistas gravam trilhas exclusivamente para jogos, empresas investem em publicidade para o segmento, personagens como os Mário Brothers, Sonic e Alex kid têm mais popularidade que vários atores por ai. Existem premiações semelhantes ao Oscar, dedicadas à comunidade de artistas e desenvolvedores de produtos relacionados com o entretenimento interativo. Existem até orquestras destinadas a tocar apenas temas de jogos famosos, cujas apresentações têm seus ingressos disputados a tapas. Além é claro de diversas feiras especializadas ao redor do mundo, realmente as proporções dessa indústria são bem elásticas.

Antigamente vídeo game era coisa de criança, os temas dos jogos eram geralmente voltados para o público infantil e pré-adolescente, porém essa geração cresceu junto aos games e a indústria acompanhou o amadurecimento do seu público. Jogos destinados ao público infantil são minoria hoje em dia, temas bem elaborados, acompanhados de enredos envolventes e detalhes gráficos de alta qualidade têm como público alvo os adultos, é comum cenas de filhos chorando pois o pai não quer deixa-los jogar, rs. Acredito até que em algumas casas existam um vídeo game para o pai e outro para o filho.

Particularmente confesso que não consegui acompanhar essa evolução, a falta de tempo aliada à crescente complexidade de tarefas a serem executadas nos jogos fez com que eu perdesse um pouco a paciência, afinal, decorar os comandos de cerca de 9 botões( no começo era só um), junto com combinações do direcional e ainda diversos mistérios a serem solucionados dentro dos jogos fizeram com que a freqüência com que eu me arriscasse com um controle na mão fosse diminuindo substancialmente.

Mas para a minha alegria, nem tudo estava perdido, eis que surge o culpado por boas horas em frente à TV e duelos intermináveis, além de alguns trocados perdidos em apostas, senhoras e senhores, apresento-lhes:



Levante a mão quem não gosta de Winning Eleven. Claro que existem pessoas que não gostam do jogo, porém este simulador de futebol possui milhares de fãs ao redor do mundo e eu, é claro, faço parte dessa nação. Mas nem tudo é perfeito! Devido a batalhas intermináveis, gritos estridentes e horas de aplicação técnica e tática, o Winning Eleven foi criando uma série de inimigos na mesma proporção em que agregava mais adeptos, vilão principal dessa história? Garotas denominadas “namoradas”, isso mesmo, tanto tempo perdido na frente da TV, fazia com que nós homens preocupados em vencer o nosso rival, provar nossa masculinidade através de nossa habilidade com o controle, esquecêssemos do cineminha, do jantar, do bate papo, enfim, da tão cobrada “atenção” para com a “classe” das namoradas, que resolveram se organizar para acabar com nosso tão inofensivo hobby. Se você procurar no Orkut, irá encontrar várias comunidades onde garotas trocam experiências e relatam casos de seus namorados “viciados”, Clique aqui e confira uma reportagem sobre o assunto.

Aproveitando um nicho de mercado diferente e apostando na interação ao invés da extrema preocupação com a qualidade gráfica, a Nintendo vem causando um reboliço no mercado ao lançar o console Wii. Essa nova plataforma aposta em jogos multiplayer, ou seja, para várias pessoas, seu controle capta os movimentos que o jogador faz ao movê-lo, funcionando como uma espécie de "mouse aéreo", proporcionando grande mobilidade, o console trouxe de volta um público que estava afastado do mundo dos games e vem ganhando novos adeptos progressivamente, o Wii é lider de vendas atualmente, estando à frente do Xbox/360 e do Playstation 3, confira você mesmo se é ou não é garantia de diversão.



Uau, acho que acabei me empolgando, acredito que ninguém vai ter saco de ler este post até aqui, e eu ainda nem dei minha opinião sobre a violência presente nos jogos e as incessantes tentativas de proibições dos mesmos por parte de nossas autoridades, acho que vai ter que ficar pra próxima. De qualquer maneira, para finalizar e conforme prometido a alguns muitos parágrafos atrás, acredito sim que o vídeo game tem suas vantagens. Ao jogar vídeo game o jogador desenvolve sua capacidade de concentração, seu raciocínio lógico, têm um contato direto com a língua inglesa, o que aumenta o vocabulário bem como ajuda no entendimento de palavras e até frases em inglês, exercita os músculos dos dedos (vi isso em um programa da Xuxa a anos atrás) e principalmente, serve como válvula de escape para o stress.

E você? O que pensa com relação aos vídeo games? Gosta? Não gosta? Joga? Não joga? Tem alguma história pra contar? Põe na roda. Que tal uma partidinha de Winning Eleven? Qualquer coisa estou a disposição.

Abraço a todos.

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quinta-feira, 3 de abril de 2008

O rock não morreu, será?

Há quanto tempo não surge uma nova banda , capaz de te empolgar, fazê-lo escutar as músicas incessantemente, decorar as letras e murmurar os riffs? Se você assim como eu anda carente de novidades, eis a nossa esperança: Los Gaúchos de Acero.






Pode parecer brincadeira, mas apesar de precoce, Los Gaúchos de Acero, surgem como uma provável aposta para sacudir o cenário do rock pesado para o futuro. Formado pelo trio de irmãos Emilio, 15, Agustín, 11 e Martín, 10, os garotos da província de Salta, cidade do norte da Argentina, localizada a 1600 km de Buenos Aires são um bom exemplo de como a internet realmente rompe fronteiras e da voz a pessoas nos lugares mais remotos do mundo.

Tudo começou quando eles resolveram filmar algumas mini jams sem nenhum tipo de recurso, no próprio quarto e com apenas uma guitarra e uma bateria, o baixo seria emprestado por um amigo algum tempo depois. Resolveram então disponibilizar o material através do Youtube, o resultado? Vídeos hilários, que mostram garotos extremamente jovens, que apesar da pouca técnica, demonstram muita pegada e transparecem grande paixão pela música além é claro de se divertirem com isso. Está curioso? Dê uma olhada no primeiro vídeo deles tocando Refuse Resist, música do Sepultura, banda que é a responsável pela introdução dos Gaúchos ao heavy metal.





Confessa, é ou não engraçado? Mais lado B impossível. Vendo-os tocar assim, lembro-me de uma entrevista do Rodolfo (ex-Raimundos) na Mtv há alguns anos atrás, onde perguntaram qual era a opinião dele com relação aos Mamonas Assassinas, banda que estava estourada na época. Ele respondeu que apesar de não gostar do som do Mamonas, eles serviam de inspiração para a mulecada ter vontade de pegar uma guitarra e fazer rock ´n roll, ao invés de optarem por um cavaquinho ou pandeiro para tocar pagode, gênero que nos assombrava naquele tempo. É exatamente isso o que esses garotos fazem, porém ao invés de terem Mamonas Assassinas como inspiração, os Gaúchos têm como referência bandas como Iron maiden, Metállica, Judas Priest, Sepultura entre outros monstros do heavy metal mundial.

Após disponibilizarem os vídeos na internet o improvável aconteceu, uma avalanche de acessos de pessoas de todo o mundo, fazendo com que Los Gaúchos figurassem entre os vídeos mais assistidos, atingindo mais de 4 milhões de acessos.

Continua achando que é brincadeira? Los Gaúchos de Acero ganharam destaque na mídia, com matérias publicadas nos maiores jornais da Argentina como o Diário Clarin e o Diário de La Nación, foram notícia em diversos sites de todo o mundo, além de aparições em programas da TV local. Gravadoras já manifestaram interesse em contratar os prodígios do metal, que agora estão se dedicando em escrever composições próprias para gravarem um álbum em breve. Eles atraíram atenção até mesmo do governo Argentino que lhes forneceu equipamentos musicais. Andréas Kisser, guitarrista do Sepultura, tomou conhecimento da banda, através da internet e manifestou interesse em conhecer pessoalmente os meninos de Salta. Dê uma olhada na evolução que tiveram com apenas 6 meses de banda, em uma apresentação no Cosquin Rock 2007, um dos mais tradicionais festivais da Argentina com público total de cerca de 20 mil pessoas em três dias de festa.





Pois bem amigos, existe sim esperança e realmente o rock não está morto, diferente de outros gêneros musicais, o rock tem uma capacidade enorme de se reinventar, a paixão pela música é o que move milhares de jovens de todo o mundo. Los Gaúchos de Acero ainda têm um grande caminho pela frente, mas eu acredito que o talento deles pode sim ser lapidado e quem sabe assim surja uma grata surpresa.

E você? Acredita que Los Gaúchos de Acero têm futuro? Ou são somente alguns garotos desocupados que não têm nada pra fazer no inóspito interior da Argentina?

Abraço a todos.

Dica de Som: Metállica – Master of Puppets

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